Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 21 de Fevereiro de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.

Para já os destaques:

🔸 OIM defende inclusão de deslocados na reconstrução

🔸 Relatório da ONU diz que prevalece ameaça terrorista em Cabo Delgado

🔸 Capturados quatro terroristas em Mocímboa da Praia.

A representante da Organização Internacional para as Migrações em Moçambique, Laura Tomm-Bonde, diz que qualquer plano para a reconstrução da província de Cabo Delgado, , só poderá ser concretizado e sustentável, se tiver um envolvimento directo das próprias vítimas do conflito, refere a Voz da América

Laura Tomm-Bonde que falava num encontro de reflexão sobre a reconstrução de Cabo Delgado, há mais de cinco anos alvo de ataquesterroristas, considera que a participação das pessoas afectadas é fundamental.

O governador provincial de Cabo Delgado, presente no encontro, concordou com a posição da Organização Internacional para as Migrações, afirmando que o processo de reconstrução da província deve priorizar as actividades que possam impulsionar o desenvolvimento das regiões afectadas pela violência.

Para Valigy Tauabo, a reconstrução de Cabo Delgado requer cometimento colectivo, avançando que as acções de assistência não são suficientes, nem sustentáveis.

Vários analistas e diferentes estudos têm considerado que a exclusão social, as desigualdades e a falta de oportunidades de emprego, sobretudo para os jovens, são algumas das causas do conflito armado em Cabo Delgado.

A presença de tropas ruandesas e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) no norte de Moçambique reduziu o número de militantes do Estado Islâmico, mas não os extinguiu, refere um relatório da ONU, consultado pela agência Lusa.

Segundo o documento, publicado pela comissão da ONU encarregada de acompanhar as sanções impostas ao Estado Islâmico e à Al-Qaida e referente ao segundo semestre de 2022, a permanência do grupo fundamentalista islâmico ameaça os interesses económicos na província de Cabo Delgado.

Ainda assim, sublinha a comissão citando informações avançadas pelos Estados-membros da SADC, o destacamento de tropas regionais para Cabo Delgado, a partir do verão de 2021, "mudou significativamente a trajetória do conflito".

Neste momento, a afiliada local do Estado Islâmico, conhecida na região como Al-Shebab "tem cerca de 280 combatentes, contra os 2.500 iniciais", avança a ONU no relatório.

Acrescenta que, nos últimos seis meses, morreram entre 70 a 120 combatentes e comandantes em operações militares.

Apesar do número de vítimas mortais dos ataques estar a diminuir, os mesmos "têm graves consequências económicas e provocam deslocações em massa" da população, destaca o relatório.

Segundo a ONU, entre Junho e Julho passados, foram registados mais de 161 mil deslocados apenas nos distritos de Ancuabe e Chiure, onde a violência se tem alastrado.

Quatro terroristas foram capturados, na quarta-feira da semana passada, no bairro Nabubussi, na vila municipal de Mocímboa da Praia, norte de Cabo Delgado, no âmbito da luta contra o terrorismo, refere o MediaFax na edição desta segunda-feira.

Os quatro terroristas terão, de forma discreta, entrado na vila e se dirigido para as casas das suas mães, de acordo com os relatos, para “pedir comida”.

Segundo o MediaFax, os quatro terroristas foram denunciados às Forças de Defesa do Ruanda, que estão em Cabo Delgado a ajudar a combater o terrorismo, que os capturaram quando estavam na casa dos familiares.

Enquanto isso, várias zonas da província continuam a relatar a circulação de grupos atacantes, confirmando, mais uma vez, o cenário instável em termos da reposição da ordem e segurança para um regresso massivo da população e, igualmente, o retorno dos projectos de exploração de gás natural.

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