Resumo da situação

Na última quinzena, o Estado Islâmico de Moçambique (EIM) lançou a sua segunda ofensiva nos distritos do sul da província de Cabo Delgado em 2024. Desta vez, os combatentes chegaram ao ponto de atravessar para a província de Nampula e lançaram os primeiros ataques a sul do rio Lúrio desde Outubro 2022.
6 Maio, 2024

Depois de passar pelo distrito de Quissanga, um contingente de insurgentes saqueou a aldeia de Mopanha, no distrito de Ancuabe, a 17 de Abril, pilhando alimentos, cabritos e outros bens. Prosseguiram para  sul pela estrada N380 e dois dias depois entraram em confronto com a milícia da Força Local em Nanoa, em Ancuabe. Não foram confirmadas vítimas mortais, mas os insurgentes incendiaram uma escola primária antes de deixarem a aldeia. O Estado Islâmico (EI) afirmou que os seus combatentes também queimaram uma igreja.

No dia 22 de Abril, os insurgentes chegaram à aldeia de Nantavo, no distrito de Chiúre, onde queimaram vários edifícios. Zumbo FM informou que três pessoas foram mortas. Mais tarde, o EI publicou fotografias do ataque nas redes sociais, mas não afirmou ter matado ninguém. No dia seguinte, os insurgentes queimaram as aldeias de Micolene e Magaia, decapitando um homem local nesta última. A Organização Internacional para as Migrações informou que 38 299 pessoas foram forçadas a fugir das suas casas devido à violência insurgente em Chiúre entre 17 e 29 de Abril.

Os insurgentes atravessaram o rio Lúrio de barco até Nampula e atacaram as aldeias de Nassua e Manica, no distrito de Eráti, no dia 25 de Abril. O EI alegou ter queimado casas, igrejas e escolas e ter matado um civil em Nassua. No dia seguinte, os insurgentes entraram em confronto com as forças de segurança em torno da aldeia de Mithoca, segundo o EI. A polícia de Nampula confirmou que os insurgentes atacaram o distrito de Eráti e que escolas e casas tinham sofrido danos consideráveis.

Entretanto, as forças de segurança continuam a combater os insurgentes no distrito de Macomia, em Cabo Delgado. No dia 15 de Abril, em Napala, nos arredores de Mucojo, ocupada pelos insurgentes, as forças de segurança mataram três jovens que acreditavam serem insurgentes, o que alguns habitantes locais contestaram. No dia seguinte, os insurgentes atacaram a guarnição de Napala, matando pelo menos três soldados e forçando as forças de segurança a abandonar a posição. Os insurgentes e as forças de segurança voltaram a entrar em confronto em Nambini, perto de Mucojo, a17 de Abril, mas não houve vítimas mortais confirmadas, noticiou a Lusa.

A confiança entre as forças de segurança e a população local em Macomia continua baixa. Na vila sede de Macomia, as forças de segurança detiveram três pessoas no dia 15 de Abril, uma das quais tinha acabado de regressar de Mucojo e teria sido ouvida a dizer que a vida era melhor sob os insurgentes, disse uma fonte local ao Cabo Ligado. Desde então, não foram vistos. Nas últimas duas semanas, pelo menos outras sete pessoas também foram detidas na ilha de Quirimba, no distrito do Ibo, com os habitantes locais a protestarem pela sua inocência.

No oeste de Macomia, os insurgentes entraram em confronto com a Força Local em torno da aldeia de Chai, no dia 22 de Abril. Uma fonte informou que a Força Local previu um ataque insurgente e estava bem posicionada quando este ocorreu. Pelo menos um insurgente foi morto e vários membros da Força Local ficaram feridos.

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