Nyusi Lamenta advertência de segurança emitido pela França
A justificação para o desaconselhamento está relacionada com a insegurança resultante das acções terroristas que, nos últimos dias, têm estado a mostrar sinais de recrudescimento até para os distritos da região sul, para onde muitas pessoas do centro e sul se tinham refugiado à busca de segurança.
Falando a partir de Adis Abeba, capital da Etiópia, onde participou na cimeira da União Africana (UA), Filipe Nyusi disse que Moçambique nunca obrigou qualquer cidadão estrangeiro a ir a Cabo Delgado, mas a componente mais importante do seu governo é continuar a fazer todos os esforços necessários para garantir que haja segurança e as pessoas possam circular livremente naquele ponto da República de Moçambique. Por isso, assegurou ele, as acções de combate ao terrorismo continuam a ser levadas a cabo pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) e pelas forças parceiras integradas na Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e do Ruanda.
Então, nós vamos continuar trabalhar. A nossa responsabilidade é combater o terrorismo. Não justificar, não questionar, mas sim trabalhar no sentido de tentarmos estabilizar o nosso país. Essa é que é a nossa responsabilidade e com os nossos parceiros” – disse Filipe Nyusi, falando a jornalistas moçambicanos que o acompanharam à cimeira na UA. Aliás, nisto, ele acrescentou que a cimeira que decorreu entre sexta e domingo também abordou questões relacionadas com o combate ao terrorismo e radicalismo islâmico, tendo defino a necessidade de buscar mais recursos para acções mais enérgicas anti-terrorismo no continente africano.
Por outro lado, Filipe Nyusi disse que respeita a decisão tomada pelo governo francês e que deve ser enquadrada no âmbito da sua responsabilidade em proteger os seus cidadãos.
“O importante é que fique claro que as pessoas hão-de continuar a ir a Cabo Delgado. Nós não obrigamos ninguém a ir a Cabo Delgado ou a ir a Tete” – disse Filipe Nyusi, anotando que “cada país tem a sua agenda”.
Lamentou, entretanto, o facto de a decisão da França ser feita numa altura em que, na opinião do Presidente da República e Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança, Moçambique e parceiros estão a mostrar empenho no combate ao terrorismo. A decisão da República Francesa em proibir os seus cidadãos de viajarem para Cabo Delgado acontece, igualmente, numa altura em que Moçambique aguarda a decisão da francesa Totalenergy sobre o seu regresso, ainda neste semestre, aos trabalhos do projecto LNG da área 1 na Península de Afungi, distrito de Palma, província de Cabo Delgado.
A 37ª Conferência Ordinária de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, que se realizou sob o lema “Formar os africanos para o Século 21: Criação de sistemas de ensino resilientes para aumentar acesso à aprendizagem inclusiva, ao longo da vida, de qualidade e relevante em África” decorreu entre os dias 16 e 18 de Fevereiro corrente, em Addis Abeba, República Federal e Democrática da Etiópia.(Redacção)