Dois pescadores raptados por terroristas em Quiterajo, distrito de Macomia

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23 Março, 2023

Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 23 de Março de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.

Para já os destaques:

🔸 Comunidade empresarial reclama que contratos de reconstrução vão para forasteiros

🔸 Dois pescadores raptados por terroristas em Quiterajo, distrito de Macomia

🔸 ONU considera pobreza e desemprego como causas do recrutamento para a insurgência em Cabo delgado


O empresariado local de Cabo Delgado queixa-se de ter sido excluído dos contratos de reconstrução das infraestruturas destruídas pelo conflito.

Mamudo Irache, presidente do Conselho Empresarial de Cabo Delgado, disse ao jornal Notícias que os empresários locais esperavam que os esforços de reconstrução fossem uma oportunidade para se recuperarem, depois de sofrerem perdas relacionadas ao conflito.

Mas, em vez disso, as empresas locais não ganharam nenhum concurso, e “mesmo para a reabilitação das casas de banho, estão a contratar empresas de fora de Cabo Delgado”, disse Mamudo Irache, citado pela Agência de Informação de Moçambique, AIM.

Ele acrescentou que as empresas de Cabo Delgado, começam a acreditar que as agências envolvidas na reconstrução da província estão a trabalhar deliberadamente contra as empresas locais.

Reclamou também que “agências internacionais” estão a fazer exigências excessivas de certificação de empresas locais, que, entretanto, continuam perdendo contratos.

Esta é uma matéria do recente relatório semanal do Cabo Ligado da ACLED, divulgado esta terça-feira.


Dois pescadores, o pai e o respectivo filho, foram capturados por um grupo de terroristas esta terça-feira (21), que escalou de surpresa a aldeia Pequeué, no posto administrativo de Quiterajo, distrito de Macomia, província de Cabo Delgado.

Fontes disseram à "Carta" que as vítimas foram raptadas quando acabavam de regressar das suas actividades, mas que outros conseguiram escapar através das embarcações e abandonaram a região.

A aldeia Pequeué, uma das mais fustigadas pelos terroristas na região costeira do distrito de Macomia, voltou recentemente a ser habitada por pescadores, devido à acalmia que se tem registado nos últimos dias, lembra a " Carta".


As Nações Unidas apontam para a pobreza, o desemprego e a marginalização nas provínvias do norte de Moçambique, como causas do recrutamento de jovens para o extremismo violento no norte de Moçambique.

Esta tese sempre acompanhou a leitura e a interpretação das causas do extremismo violento nesta região, apesar de nunca ter encontrado aceitação por parte das autoridades do Estado, refere a última publicação da organização CDD.
Passados mais de cinco anos de conflito, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) reconhece este facto, num estudo intitulado “Jornada ao Extremismo em África: caminhos para o recrutamento e desengajamento”.
No estudo é sublinhada igualmente, a qualidade das relações Estado-cidadão,
que é cada vez mais reconhecida como um importante impulsionador ou não do extremismo violento.

Ou seja, quanto mais o Estado estiver distante dos seus cidadãos mais propensos estarão para serem recrutados para o extremismo violento.


A queda irregular de chuva, que se regista nos últimos dias, no distrito de Mueda, afecta negativamente a presente campanha agrícola naquela região nortenha da província de Cabo Delgado.

A administradora de Mueda, Aina Combo, que falava à Rádio Moçambique, avançou que a chuva excessiva registada nos últimos dois meses, devastou mais de duzentos hectares com culturas agrícolas diversas, no posto administrativo de Ngapa.

A Governante acrescentou que há regiões do distrito com insuficiência de chuva, o que tem estado a provocar o amarelecimento de culturas.

Refira-se que Mueda também acolhe famílias deslocadas devido aos ataques terroristas e que igualmente tinham lançado os seus produtos à terra.


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