TotalEnergies acusada de negligência durante ataque terrorista a Palma, em 2021

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12 Outubro, 2023
Director de TotalEnergies em Mocambiqeu, Maxime Rabilloud

Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 12 de Outubro de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.

Para já os destaques:

🔸 TotalEnergies acusada de negligência durante ataque terrorista a Palma, em 2021

🔸 Inaugurado Porto e Aeródromo de Mocímboa da Praia, no norte de Cabo Delgado

🔸 Combate ao terrorismo requer interação entre instituições de pesquisa, inteligência e segurança


Uma queixa-crime acaba de ser apresentada na França contra a TotalEnergies, por homicídio involuntário e omissão de socorro a pessoas em perigo, durante o ataque dos insurgentes no dia 24 de Março de 2021 em Palma, Cabo Delgado.

De acordo com uma nota das organizações Justiça Ambiental, Amigos da Terra Moçambique e Amigos da Terra França, a queixa foi accionada por sobreviventes e famílias das vítimas do massacre.

As três organizações dizem que vinham alertando, desde 2019, sobre a relutância da TotalEnergies em avançar com o seu mega projeto de gás no Rovuma, não obstante a situação de segurança e humanitária pré-existente e em curso e as numerosas violações dos direitos humanos.

Esta queixa vem confirmar que a multinacional francesa não tomou as medidas necessárias face aos graves riscos existentes, sublinham as organizações.

Na sequência do atentado dos insurgentes em Palma, que causou a morte de quase 1200 civis, a TotalEnergies declarou “força maior” e suspendeu as operações em Abril de 2021.


O Presidente da República, Filipe Nyusi, inaugurou esta segunda-feira (09) o Porto e o Aeródromo de Mocímboa da Praia, norte de Cabo Delgado.

A inauguração das duas infraestruturas de grande relevo para a economia da província no geral e do distrito, em particular, acontece depois de as mesmas terem sido reabilitadas após ataques armados protagonizados pelos terroristas, entre Julho e Agosto de 2020.

“Este é um sinal inequívoco do restabelecimento progressivo da normalidade e, no caso concreto, com impulso sobre a mobilidade de pessoas e bens que favorecem a actividade económica de diversos sectores”, considerou Nyusi, na ocasião.

“O Porto de Mocímboa da Praia pode servir de suporte dos grandes projectos que florescem nesta região do país, manuseando contentores de materiais de construção como cimento, combustíveis, viaturas, equipamentos para obras e vai servir como ponto logístico para os projectos, em instalação em Afungi ou Palma”, destacou Nyusi.

Segundo o Administrador do Porto de Mocímboa da Praia, Helénio Turzão, as obras de reabilitação, que arrancaram em meados de 2021, ascendem a 8,5 milhões de USD.

Para ele, a infraestrutura não será apenas uma zona de entrada e saída de mercadorias, mas também um ponto de partida para oportunidades de emprego, crescimento económico e desenvolvimento para a comunidade local.


O diretor do Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil (MASC), João Pereira, diz que qualquer tipo de política no combate ao terrorismo e extremismo violento em Cabo Delgado, requer mais interação entre as instituições de pesquisa, inteligência e segurança, para garantir fluidez e cruzamento de informações.

Nesse sentido, o MASC anunciou o alargamento das academias comunitárias de Palma, aos distritos de Mocímboa da Praia e Macomia, para impulsionar a consciencialização política, “porque temos que ter soluções locais para problemas locais’’.

Mas Hilário Chacate, docente universitário e especialista em relações internacionais, citado pela Voz da América, diz que isso vai ser insuficiente, se não forem eliminadas ou minimizadas as causas do terrorismo.

Refere a propósito ‘’o sentimento de exclusão política e económica, sobretudo por parte dos jovens de Cabo Delgado, associado a outros fatores como a percepção de que a exploração de rubis, madeira e hidrocarbonetos não beneficia as comunidades locais’’.

Por seu turno, o analista político Lucas Ubisse defende que é preciso também que as Forças de Defesa e Segurança, incluindo a inteligência militar, tenham capacidade operativa e intelectual para lidar com questões do terrorismo, porque a presença de tropas estrangeiras não é eterna, nem é sustentável ao longo do tempo.


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