Tensão entre militares e elementos da Força Local em Miangalewa, distrito deMuidumbe

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25 Abril, 2023
Foto: Ministério do Interior de moçambique

Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 25 de Abril de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.

Para já os destaques:

🔸 Registado movimento estranho a sul de Ancuabe

🔸 Tensão entre militares e elementos da Força Local em Miangalewa, distrito deMuidumbe

🔸 CDD publica relatório sobre resposta ao extremismo violento em Cabo Delgado


Movimentos supostamente estranhos de movimentação de grupos terroristas, foram observados na semana passada, na região sul do distrito de Ancuabe, na província de Cabo Delgado, refere o jornal Mediafax na edição desta segunda-feira, apontando que há grande risco de incursões em aldeias que tentam se reerguer, na região.

De acordo com o jornal, as informações de ameaças apontam concretamente para as zonas de Nanduli, Ngeue, Nikuita, Nacussa, Nacuale, Nkole e Naputa e aparecem numa altura em que a população está em tempo de colheitas.

O MediaFax, diz ainda que nos últimos dias, tem estado a ser relatada igualmente a movimentação de grupos terroristas nas matas dos distritos de Macomia e Muidumbe.


As relações no campo operacional entre os membros das Forças de Defesa e Segurança posicionadas em Miangalewa, no distrito de Muidumbe e elementos da Força Local, da mesma aldeia, são descritas como bastante tensas, alegadamente devido à existência de um clima de medo e desconfiança entre as duas partes.

Na edição desta segunda-feira, a Carta refere que o problema começou um dia depois do ataque a Miangalewa (15 de Abril), quando alguns militares pediram a membros da Força Local, para entregarem algumas armas, que supostamente pertencem às FDS.

De acordo com as fontes da Carta, a milícia local recusou entregar as armas, justificando que foram recuperadas das mãos dos terroristas, no dia que invadiram a aldeia.

A força local argumenta que, depois da troca de tiros, os terroristas recuaram e abandonaram as armas, pelo que não faz sentido a exigência das forças governamentais para a entrega das mesmas, quando nem foram as FDS que as recuperaram.

Para tentar apaziguar o desentendimento entre as partes, o administrador de Muidumbe, Saide Aly Chabane, esteve no último sábado em Miangalewa, mas parece que a tensão está longe do fim.


Durante a inspeção e limpeza realizada recentemente, o contingente das forças que apoiam Moçambique na luta contra o terrorismo no distrito de Nangade, descobriu muitas armas, munições e outros equipamentos dos insurgentes abandonados quando fugiram, após perderem o combate com as Forças SAMIM, na aldeia V Congresso.

O anúncio da descoberta do referido material bélico e outros pertences dos terroristas, foi tornado público através de um comunicado das Forças de Defesa do Lesotho.

O comunicado avança que o material teria sido abandonado pelos terroristas, quando fugiram da operação das forças do SAMIM, a 16 de Setembro de 2022.

Refira-se que a 18 de Abril, as forças de defesa do Lesotho e da Tanzania, na linha da frente em Nangade, depois da inspecção da área do V Congresso, autorizaram o regresso da população.


O Centro para a Democracia e Desenvolvimento, CDD, acaba de publicar um extenso relatório sobre a ‘’Resposta ao Extremismo Violento em Cabo Delgado numa Perspectiva de Triple Nexus: Humanitário, Desenvolvimento e Paz’’.

Na sua introdução, o estudo diz que os ataques protagonizados pelos grupos extremistas violentos no Norte de Moçambique causaram várias crises, destacadamente a crise de segurança, a crise humanitária e de atraso ao desenvolvimento socioe-conómico.

Manifestando-se através de milhares de mortos, feridos, dos quais cerca de um terço são civis e de cerca de um milhão de deslocados internos, a crise humanitária e a crise de segurança são as mais visíveis, acrescenta.

No entanto, o relatório do CCD sublinha que a crise de atraso ao desenvolvimento é de impacto de médio e longo termo, como consequência da paralisação de actividades económicas e de serviços de educação, saúde, construção e manutenção de infraestruturas, numa região historicamente com os indicadores socio-económicos mais baixos do país.


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