Detenções ilegais a comerciantes são ainda preocupação em Nangade

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13 Abril, 2023

Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 13 de Abril de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.

Para já os destaques:

🔸 Moçambique deve formar com urgência profissionais para proteger a produção do gás

🔸 Detenções ilegais a comerciantes são ainda preocupação em Nangade

🔸 Embaixador da União Europeia fala de situação humanitária ‘’muito difícil’’ em Cabo Delgado


Moçambique deve formar urgentemente profissionais capazes de garantir maior segurança marítima e prevenir a pirataria e o sequestro de cargueiros, relacionados com a produção de gás natural, defende o académico Joaquim Manjate, também general das Forças Armadas moçambicanas.

Citado pelo jornal Notícias, Manjate disse numa palestra, que o assunto deve ser uma prioridade para o país, para garantir que o interesse pelo gás não desvie a atenção dos traficantes, para a rota de carga no Canal de Moçambique.

Segundo lembra a Zitamar, a perspectiva de vender serviços de segurança para projetos offshore de petróleo e gás é o que levou ao estabelecimento das notórias empresas Proindicus, Ematum e MAM, que colocaram Moçambique com dívidas de mais de 2 mil milhões de dólares.

A empresa sul-africana Specialized Vessel Services está agora fornecendo segurança offshore para a plataforma de liquefação de gás Coral Sul da Eni, e há rumores de que usou navios fornecidos às empresas envolvidas nas "dívidas ocultas" pela Privinvest, embora a Zitamar não tenha confirmado isso.


Os comerciantes da vila de Nangade, norte de Cabo Delgado, voltaram a mostrar preocupação, devido à captura pelas autoridades locais, de dois dos seus colegas, sem justificação legal, refere o Jornal Carta de Moçambique, numa publicação esta terça-feira.

Segundo o jornal, o que se sabe é que um dos detidos é irmão de um integrante do grupo de terroristas que desde 2017, operam naquela província.

Fontes, disseram à "Carta" que entre terça e quarta-feira passadas, foram vistos elementos das Forças de Defesa e Segurança, à caça dos dois homens, sem apresentarem qualquer mandado de captura. Os dois comerciantes foram capturados separadamente, nas respectivas residências.

Os dois comerciantes, que vendem produtos da primeira necessidade há muitos anos no mercado local, são naturais do distrito de Nangade, embora devido a questões comerciais, se tenham deslocado para outros pontos de Moçambique, como as cidades de Nampula, Pemba e vizinha República da Tanzânia.


O embaixador da União Europeia em Moçambique, Antonino Maggiore, descreveu o quadro humanitário em Cabo Delgado como “muito difícil”, depois de uma visita de três dias àquela província, na semana passada.

Falando a jornalistas no final da visita, Maggiore enfatizou, no entanto, que “as populações não são deixadas sozinhas” pelo governo, comunidade internacional ou organizações não governamentais.
O diplomata europeu que também visitou as forças de segurança ruandesas e moçambicanas em Mocímboa da Praia, disse estar muito impressionado com o trabalho das RDF e da SAMIM, bem como das forças moçambicanas.
A União Europeia anunciou um subsídio de desenvolvimento de 15 milhões de euros para Cabo Delgado, a ser desembolsado no âmbito do programa ResiNorte (Resiliência para o Norte), em parceria com o Programa de Desenvolvimento da ONU e o Fundo de População das Nações Unidas.


Os insurgentes continuam a seguir a sua estratégia de tentar conquistar os 'corações e mentes' dos civis ao longo da costa de Cabo Delgado, tendo chegado à aldeia de Luchete, em Mocímboa da Praia e Pangane, em Macomia.

Uma intensa troca de tiros foi relatada no dia 30 de Março, perto de Mucojo, na estrada para a sede distrital de Macomia. Até ao momento, não surgiram quaisquer pormenores do incidente, mas o contingente sul-africano da Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) em Moçambique (SAMIM) respondeu ao incidente, e foi visto realizando patrulhas na área, nos dias seguintes.

No distrito de Nangade, os insurgentes continuam a fugir das forças de segurança e foram vistos pela última vez nas terras baixas de Lucuamba, perto da aldeia de Litingina, segundo uma fonte.

Estas são algumas notas do útimo relatório da rede Cabo Ligado, onde também se fala do registo de repovoamento nas aldeias de Mucojo, como Crimize, Nambo, Milamba, Manica, Rueia, Ningaia, além de Pangane.


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