Bem-vindo a Voz de Cabo Delgado, espaço que tem para se informar melhor sobre a província de Cabo Delgado. Para esta terça-feira, 19 de Abril de 2022, temos os seguintes destaques:

🔸 Deslocados pedem apoio para negócios no centro de reassentamento em Chiúre.

🔸 Terroristas voltam a raptar e matar em Nangade.

🔸 Fatima Mimbire alerta para mais medidas de segurança antes da exploração de gás em Cabo Delgado.

Deslocados que tiveram experiências de negócios, acolhidos no centro de reassentamento de Meculane, distrito de Chiúre, a cerca de 150 km da cidade de Pemba, pedem apoio financeiro para implementar ideias de negócio com vista a garantir as necessidades alimentares das famílias.

Mambo, de 34 anos, que fugiu do distrito de Mocímboa da Praia, é uma das pessoas que precisa de financiamento para tornar o sonho de um dia ser empresário comercial. Ele disse à Lusa que um apoio é essencial para tal.

Ussein Ali, 28 anos, outro jovem alojado no centro de acolhimento de Meculane, a vender bolachas e cigarros, mas o minúsculo lucro não constitui de forma alguma um negócio estável implora pelo apoio das autoridades para crescer a sua iniciativa de negócio.

Várias entidades anunciaram projectos que visam criar oportunidades para a juventude da região, incluindo a própria Agência de Desenvolvimento do Norte (ADIN), mas o problema de falta de financiamento persiste.

Elementos do grupo armado que aterroriza Cabo Delgado raptaram na sexta-feira cerca de 10 pessoas, incluindo meninas e rapazes adolescentes, na aldeia Chibão, interior do distrito de Nangade.

Varias fontes disseram à VOA que o grupo invadiu primeiro a aldeia Chicuaia ao cair da tarde de sexta-feira, tendo neutralizado e decapitado um miliciano, força local de protecção.

Outro morador disse que não ficou claro se a arma na posse do miliciano terá sido levada pelos terroristas.

Segundo a VOA, num outro ataque à aldeia Chibão, não distante do local do primeiro ataque, o grupo raptou 10 pessoas, entre raparigas, rapazes e adultos, forçados a carregar os produtos saqueados na aldeia.

A Activista Social Fátima Mimbire defende que a exploração do gás na bacia do Rovuma, prevista para Outubro próximo, continuará a ser problema porque a natureza dos ataques terroristas em Cabo Delgado estão mais centrados em terra, onde se encontram estes projectos.

Mimbire, que falava em entrevista a DW África, advoga que todas as medidas precisam ser tomadas para evitar a continuacao de ataques, argumentando que o crime organizado e o terrorismo não se mantêm estáticos.

Ela acrescentou que é preciso que as forças governamentais e seus parceiros criem condições para que a área de exploração de gás, e arredores, sejam devidamente protegidos, antes do inicio da producao de gas.

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