Governo diz que SAMIM cumpriu sua missão

De acordo com o ministro, aquando da entrada das forças das SAMIM em Moçambique, era prioridade perseguir, expulsar e recuperar zonas que estavam sob influência do grupo nos distritos de Macomia, Muidumbe e Nangade. Tal, aponta o ministro, foi conseguido, apesar de grandes desafios prevalecerem no litoral de Macomia, região centro de Cabo Delgado.
18 Abril, 2024
Membros da Equipa de Combate Bravo da SAMIM efectuando patrulhas no Mercado de Pangane, ao longo da costa do Norte de Moçambique. Foto: SAMIM

O Ministério da Defesa Nacional (MDN) reiterou, nesta quarta-feira, que a Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM) está de saída pelo facto de se ter chegado à conclusão de ter cumprido a principal missão para a qual foi criada e destacada. Recorda o governo moçambicano, que a missão tinha de ir a Cabo Delgado para desencadear operações por um período de três meses, à base do cenário operacional seis. Aqui o objectivo era entrar na conhecida condição de “Forças de Reacção Rápida” visando, essencialmente, perseguir terroristas e destruir as suas principais bases.

É esse o objectivo que foi conseguido, de acordo com o ministro da Defesa Nacional, Cristovão Chume que, falando, nesta quarta-feira, a partir do pódio da Assembleia da República, no âmbito da sessão de “perguntas ao governo”, recordou que alcançado objectivo e passando o cenário operacional para a categoria cinco, a missão foi prorrogada por mais um ano, focalizando as suas acções na estabilização, recuperação do tecido social, humano, através da reconstrução do que foi destruído, e assegurar o regresso da população.

“No decurso das operações, a SAMIM tem se deparado com desafios de sustentabilidade de operações devido aos constrangimentos financeiros, face às dificuldades dos países contribuintes e a falta de apoio sustentável da União Africana, bem como de outros parceiros de cooperação multilateral” – disse Chume, anotando que estas são, igualmente, razões que, conjugadas com a caducidade natural da missão, concorreram para que se iniciasse o processo da sua retirada de Cabo Delgado.

De acordo com o ministro, aquando da entrada das forças das SAMIM em Moçambique, era prioridade perseguir, expulsar e recuperar zonas que estavam sob influência do grupo nos distritos de Macomia, Muidumbe e Nangade. Tal, aponta o ministro, foi conseguido, apesar de grandes desafios prevalecerem no litoral de Macomia, região centro de Cabo Delgado.

Missão devolvida às FDS

Com a saída confirmada, o ministro voltou a anotar que sempre foi e continuará a ser missão primordial das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e dos moçambicanos no geral garantirem a segurança e a integridade do território nacional.

Assim, aponta, estão as FDS a desdobrar-se e a preencher as áreas geográficas que estão a ser deixadas pela SAMIM, no sentido de garantir que não haja o que considera “fosso de segurança”.

“Significa que cumpriu o seu mandato [a SAMIM] e as FDS irão, no quadro das suas atribuições, fazer o preenchimento das áreas operacionais da SAMIM para que não crie fosso de segurança” – apontou, esclarecendo que “a saída não significa roptura na cooperação multilateral com SADC no âmbito do combate ao terrorismo e radicalismo islâmico”.

É assim que a nível bilateral decorrem acções para o incremento de esforços conjuntos. O exemplo é das acções já a decorrer com a República da Tanzânia, do Zimbabué, do Malawi, da Zâmbia e da República da África do Sul. Nestas acções de cooperação, a prioridade está direccionada à construção conjunta de capacidades de controlo fronteiriço e partilha de informações de inteligência.

Dinheiro que nunca chega

No sentido de garantir que as acções de combate ao terrorismo continuem a dar frutos reais, efectivos e sustentáveis, o ministro falou do que considera “investir nas Forças de Defesa e Segurança”, apesar das severas restrições financeiras de que as contas públicas se debatem.

As limitações financeiras impedem que se consiga canalizar às Forças de Defesa e Segurança e, especialmente às Forças Armadas de Defesa de Moçambique a logística e outras capacidades de que efectivamente necessitam face aos desafios e ameaças existenciais e potenciais.

Esta caminhada, entende Chume, deve continuar até ao ponto em que se garanta o que considera “operatividade plena das Forças Armadas”, incluindo a garantia permanente dos subsídios de empenhamento para assegurar a moral combativa dos elementos que se encontram na linha da frente.

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