Resumo da Situação de Cabo Delgado - 30 de Outubro-12 de Novembro de 2023

Os insurgentes permanecem na costa de Macomia, mas em números reduzidos em comparação com Junho e meses subsequentes, quando começaram a estabelecer uma presença significativa no local. No dia 11 de Novembro, um pequeno grupo entrou na aldeia de Ningaia, perto de Mucojo, ameaçou matar quaisquer “infiéis” que chegassem à aldeia e instruiu à população para sair, antes de roubar vários telemóveis e desaparecer.
16 Novembro, 2023

Durante a última quinzena, o único incidente violento confirmado envolvendo insurgentes ocorreu no dia 10 de Novembro, na aldeia de Novo Cabo Delgado, no distrito de Macomia. Os insurgentes atacaram a aldeia com metralhadoras, alegadamente durante uma cerimónia de iniciação, matando pelo menos três civis e queimando 14 casas. O Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque através das redes sociais. Os insurgentes mataram três civis durante o ataque e retiraram-se quando confrontados pela Força Local. Quando um comandante da Força Local procurou a ajuda das forças de segurança moçambicanas nas proximidades, encontrou a sua posição abandonada.

No dia seguinte, o EI também afirmou ter morto um homem perto da aldeia de Litandacua, a apenas cinco quilómetros de Novo Cabo Delgado. Esta informação não foi corroborada por outras fontes, mas a Matriz de Rastreamento de Deslocados da Organização Internacional para as Migrações relatou um movimento de 801 pessoas de Novo Cabo Delgado e Litandacua entre 10 e 12 de Novembro devido a ataques ou receio de ataques.

Os insurgentes permanecem na costa de Macomia, mas em números reduzidos em comparação com Junho e meses subsequentes, quando começaram a estabelecer uma presença significativa no local. No dia 11 de Novembro, um pequeno grupo entrou na aldeia de Ningaia, perto de Mucojo, ameaçou matar quaisquer “infiéis” que chegassem à aldeia e instruiu à população para sair, antes de roubar vários telemóveis e desaparecer.

Contudo, a maior parte da actividade insurgente persistiu sob a forma de movimentos nos distritos de Quissanga e Meluco, no sul. Em Quissanga, no dia 1 de Novembro, cerca de 20 homens armados foram vistos a passar entre Bilibiza e Namadai a caminho do distrito de Metuge, disse uma fonte ao Cabo Ligado. No mesmo dia, os insurgentes teriam entrado na aldeia de Cagembe, cerca de 10 km a norte, interagindo pacificamente com os habitantes locais e provavelmente pernoitando. No entanto, outra fonte afirmou que os caçadores que colocavam armadilhas para animais fora de Cagembe naquele dia foram alvejados pelas forças moçambicanas. Dado que os insurgentes costumam usar uniformes militares, é possível que tenham sido confundidos com soldados do governo.

Houve também relatos, no dia 1 de Novembro, de que um pequeno grupo de cerca de 15 insurgentes atravessou a estrada N380 em Meluco e foi visto na aldeia de Imbada. É provável que o grupo fosse um grupo de reconhecimento, tendo em conta a sua dimensão. Não foram registados outros avistamentos do grupo depois de 1 de Novembro, o que sugere que ou retornaram ou estão a acampar no mato. A cerca de 70 km a sul, um suposto insurgente foi capturado sozinho em Silva Macua, no distrito de Ancuabe, a 1 de Novembro.

Estes movimentos do sul podem ser missões de reconhecimento. Também é possível, dada a falta de sucesso do EI no sul e os seus esforços persistentes para estabelecer uma fortaleza na costa, que os insurgentes estejam a fugir de algo e não em direcção a algum lugar. Estão em curso operações intermitentes das Forças de Segurança do Ruanda, da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM) e das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) na floresta de Catupa em Macomia, conhecidas como Operação Golpe Duro, uma vez que as forças de segurança acreditam que ainda pode existir uma base insurgente no local, afirmam as fontes.

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