Resumo da Situação: 27 de Novembro-10 de Dezembro de 2023

O ataque do Estado Islâmico a um acampamento das FDS perto do Lago Nguri, no distrito de Muidumbe, matando pelo menos cinco soldados, provou ser o evento mais mortal registrado desde Setembro deste ano.
18 Dezembro, 2023
Foto: Mapio.net

Apenas um ataque insurgente confirmado foi reportado nas últimas duas semanas, mas provou ser o evento mais mortal registrado desde Setembro deste ano. No dia 7 de Dezembro, o Estado Islâmico em Moçambique (EIM) lançou um ataque a um acampamento das Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas perto do Lago Nguri, no distrito de Muidumbe, matando pelo menos cinco soldados. O Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque nas redes sociais e posteriormente publicou imagens dos cinco cadáveres, um dos quais tinha sido decapitado, e de um arsenal de armas e munições capturadas. A Agência de Notícias Amaq, afiliada ao EI, também publicou imagens de vídeo do ataque, mostrando uma feroz troca de tiros com armas ligeiras. O EIM atacou pela última vez uma base das FDS em Agosto, quando invadiram um acampamento na floresta de Catupa, matando sete pessoas.

O EI também afirmou, a 28 de Novembro, ter atingido uma patrulha das Forças de Segurança do Ruanda com um engenho explosivo entre Mbau e Chinda, no sul do distrito de Mocímboa da Praia, numa data não especificada. Os insurgentes provavelmente não estavam presentes quando o dispositivo foi activado, e Cabo Ligado não pôde confirmar se o engenho explosivo causou algum dano ou se foi descoberto e eliminado numa explosão controlada. Cabo Ligado entende que os engenhos explosivos são muitas vezes plantados e armados posteriormente. É possível que reivindicações do EI como esta se refiram a engenhos explosivos que foram armados, mas é difícil confirmar as circunstâncias em que foram detonados. Antes disso, ACLED tinha registado 13 incidentes deste tipo na província de Cabo Delgado este ano. Cinco dos incidentes ocorreram no sul do distrito de Mocímboa da Praia.

Fora da insurgência, foram também relatados dois incidentes de tumultos relacionados com a cólera na província de Cabo Delgado. Na aldeia de Nacuca, distrito de Montepuez, um boato de que a autoridade local estava a espalhar cólera desencadeou um motim a 9 de Dezembro que matou quatro líderes comunitários, segundo a Carta de Moçambique. A desinformação em torno da cólera é abundante, com o último motim a seguir-se a um em Namogelia, distrito de Chiure, a 27 de Novembro, que destruiu um centro de saúde local, informou a Pinnacle News. O chefe do centro de reassentamento de Bilibiza, na Namogelia, que foi acusado de espalhar a doença, juntamente com um segurança do centro de saúde, foram forçados a fugir da aldeia para escapar à multidão, disse uma fonte local ao Cabo Ligado.

Os ataques às instalações e aos funcionários ocorreram durante surtos anteriores de cólera em 1999, 2001, 2009, 2019 e 2020. A investigação de Carlos Serra aponta para crenças populares de que as elites desejam matar as pessoas comuns através dos mecanismos de prevenção da cólera. O ressurgimento deste fenómeno indica que o Estado tem muito a fazer para ganhar a confiança das pessoas na província.

Entretanto, na Mina de Rubi de Montepuez (MRM), registou-se um violento confronto entre seguranças e mineiros artesanais ilegais, conhecidos como garimpeiros, no dia 6 de Dezembro. Segundo um comunicado da MRM enviado à Lusa, 22 garimpeiros teriam invadido a concessão e tentado atacar equipas de segurança, que incluíam polícias, que dispararam armas em legítima defesa e feriram três mineiros. No entanto, uma fonte local próxima dos mineiros feridos informou que estes foram baleados pela polícia sem aviso prévio. A MRM afirma que naquele dia outro grupo de mais de 100 garimpeiros invadiu o local e atacou a segurança, ferindo oito pessoas, incluindo um agente da polícia.

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