Mais um ataque terrorista teve lugar na quinta-feira da semana passada, na aldeia Mapate, distrito de Muidumbe, norte de Cabo Delgado, com relatos locais a indicarem para casas incendiadas, mortes por decapitação e ainda o rapto de mais de uma dezena de raparigas.

Os canais de propaganda do Estado Islâmico, na qual o grupo que actua em Cabo Delgado está filiado, já reivindicaram o ataque, apontando para o incêndio de mais de 30 casas, numa acção que, segundo estes, incluiu confronto com a milícia local. Igualmente, várias fontes locais e de aldeias próximas confirmaram o ataque, mas ainda não há dados precisos sobre os danos humanos e materiais causadas por mais uma acção do grupo terrorista que actua em Cabo Delgado já lá vão seis anos.

Nisto, algumas fontes sugerem a morte de duas pessoas por decapitação, incêndio de casas, mas também se fala de rapto de um total de 11 raparigas, que terão sido surpreendidas pelos terroristas, numa mata local, quando eram submetidas a ritos de iniciação. Pelo menos uma fonte falou desta ocorrência [desaparecimento das 11 raparigas], apesar de outras, por nós contactadas, não terem confirmado.

O ataque, segundo relato, teve lugar cerca das 12 horas, tendo, alegadamente, os terroristas cercado o local que acolhia as cerimónias de ritos de iniciação e de seguida raptado as 11 raparigas que cumpriam aquela prática tradicional dos povos da região norte do país.

Uma acção de caça ao homem e na perspectiva de resgatar as raparigas foi mobilizada, mas as raparigas continuavam, até este domingo, em parte incerta e provavelmente ainda nas mãos dos raptores. 

A perseguição está a ser desencadeada por elementos da força local e das Forças de Defesa e Segurança, tendo, de Mapate, seguido até à região de Mandela, seguindo os vestígios do percurso do bando.