Macomia: Terroristas montam “portagens” e cobram pela passagem

Diversos grupos terroristas espalhados por muitas rodovias de Cabo Delgado, particularmente pela N380, ao longo do distrito de Macomia, estão a montar o que se pode considerar “portagens” e a exigir o desembolso de valores monetários para quem quiser continuar a viagem.
13 Fevereiro, 2024

Do que se relata, em muitos casos em que se consegue o valor cobrado, às viaturas é aberta a via e estas transitam e continuam a viagem para os seus locais de destino com os passageiros a salvo. Caso não, as viaturas não conseguem passar, havendo casos em que estas são incendiadas, ou então, retidas as pessoas que não conseguem contribuir para o pagamento da passagem.

Relata-se, igualmente, que os terroristas procuram promover questionários e entrevistas para aferir o conhecimento que os passageiros tenham do alcorão e da religião muçulmana. Não está claro o que acontece com os que denotarem fragilidades em relação ao conhecimento de matérias religiosas, mas alguns relatos indicam que os terroristas têm estado a aconselhar as pessoas a rezar, no caso, a professar a religião islâmica.

Com alguma sorte, os carros que não conseguirem completar a exigência dos grupos são simplesmente libertados. Entretanto, não para continuarem a viagem, mas sim para regressar à proveniência. Ou seja, se o carro tiver partido de Macomia deve regressar à Macomia.

Diversos relatos desta realidade estão a ser partilhados e a circular pelas redes sociais, havendo casos em que os passageiros tiveram de unir esforços e contribuir para se completar os valores que os bandos estavam a cobrar para deixar a viatura passar.

Um dos relatos recebidos pelo mediaFAX acerca do novo modus operandi, essencialmente de extorsão, protagonizada por terroristas, indica que no domingo, cerca das 10 horas, perto de 16 terroristas descritos como “bem armados” e posicionados entre 19 de Outubro e Nangololo deram ordem de paragem a uma viatura de passageiros. Na ocasião, obrigaram os passageiros a contribuir um montante na ordem de 50 mil meticais. Diz-se que na viatura ia, igualmente, um comerciante de raça branca, a quem os terroristas exigiram que ele sozinho pagasse 50 mil meticais. Não tendo, o referido comerciante teve de ser retido e os outros seguido viagem, segundo avança o relato de uma fonte local.  

Uma outra situação, igualmente de extorsão por parte de terroristas, terá acontecido ao longo da N380. O relato indica que um autocarro da transportadora de passageiros Nagi Investimentos, foi parado e os passageiros obrigados a contribuir com um montante de 100 mil meticais, isto em numerário.

Numa das “portagens”, segundo se relata, os terroristas terão entregue a um dos passageiros uma carta explicando as razões das cobranças aos carros que quiserem transitar pelos troços onde aqueles pontos de cobranças foram montados. A suposta carta já circula pelas redes sociais.

Essencialmente, a carta diz que os carros devem contribuir financeiramente para o Islam, isto para os motoristas de religião muçulmana. Já os cristãos e pessoas de outras religiões, tem duas opções. Primeiro deve converter-se, caso não, deve pagar o que vem designado “jizia”. Se não aceitar nem uma e nem outra opção, a ordem é incendiar o carro e decapitar o motorista.

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