Inoperância da força conjunta coloca terroristas à porta da sede

Há muito que a população do distrito de Nangade vem comentando e estranhando o que considera “inoperância” da força conjunta estacionada em pontos estratégicos daquele distrito a norte de Cabo Delgado. E por causa disso, nos últimos tempos, vem sendo relatada uma cada vez maior e assustadora aproximação terrorista à sede distrital.
6 Março, 2022

(Maputo) Há muito que a população do distrito de Nangade vem comentando e estranhando o que considera “inoperância” da força conjunta estacionada em pontos estratégicos daquele distrito a norte de Cabo Delgado. E por causa disso, nos últimos tempos, vem sendo relatada uma cada vez maior e assustadora aproximação terrorista à sede distrital.

Depois de se ter verificado um movimento de retorno e repovoamento das aldeias quando as forças integradas na Missão Militar da comunidade de Desenvolvimento da África Austral chegaram ao distrito em apoio às Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, as populações estão, agora, a fazer um sentido inverso. Estão, de novo, a regressar aos esconderijos e à sede distrital porque os terroristas voltaram a passear classe naquelas aldeias. Eles matam, raptam, incendeiam e destroem casas, assim como pilham produtos.

Relatos da população local apontam a chamada força local, composta essencialmente por veteranos de luta de libertação nacional e seus filhos, como a única entidade que está a remar sozinha e desapoiada na difícil luta contra grupos terroristas que, ao que parece, tem estado a reagrupar-se nos últimos tempos e a avançar para iniciativas ofensivas.

Estão a três km da sede

Informações colhidas de fontes locais apontam que, na semana passada, os terroristas protagonizaram uma série de ataques, assassinatos, raptos e pilhagem de bens a aldeias próximas da vila.

A 3 de Março corrente, foi atacada a aldeia Unidade. No local, tudo um pouco e com algum à vontade os terroristas fizeram. Até aconselharam uma mulher local para avisar os outros que o melhor que poderiam fazer era sair da aldeia porque não há segurança. Disseram, ainda, à mulher que poderia avisar que, a qualquer momento, entrariam na sede de Nangade.

No mesmo dia atacaram a aldeia Litingina. Há indicações de terem matado, nesta aldeia, três pessoas.

No dia seguinte, 4 de Março, atacaram a aldeia Chibau, a escassos três quilómetros da sede distrital. Casas foram incendiadas e produtos pilhados.

Com a situação a deteriorar-se acentuadamente e a criar medo e pânico já na vila de Nangade, na tarde de sábado, uma fonte local escreveu: “Terroristas a caminho de Nangade sede. Enquanto não houver ajuda, Nangade sede já era. Hoje estão a atacar aldeia Malamba, a 3 km da sede, com tanta força da SADC. Estamos mal”.

A mensagem, semelhante a tantas outras que temos recebido de fontes locais, critica, de forma acentuada, a actuação da força da SADC. Segundo se sabe, a força regional estacionada em Nangade é composta por elementos da Tanzânia e do Lesotho.

Diante do quase cerco à sede de Nangade, começa-se, igualmente, a relatar escassez e subida do custo de produtos de primeira necessidade. O óleo alimentar, por exemplo, antes comercializado a 120 meticais o litro, está a agora a ser vendido e adquirido a 200 meticais. (Redacção)

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