Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 24 de Outubro de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.

Para já os destaques:

🔸 Cerca de 70 por cento da população deslocada regressou às suas zonas de origem

🔸 Dois pescadores capturados no distrito de Macomia

🔸 Associação denuncia abusos e violência sexual contra raparigas e mulheres deslocadas

O ministro da Defesa moçambicano disse sexta-feira que 70% da população deslocada pela guerra regressou à província de Cabo Delgado, norte do país, como resultado da restauração da segurança, face à ação de grupos armados que atuam na região.

Segundo a Lusa, Cristóvão Chume falava durante um encontro com adidos militares estrangeiros acreditados em Maputo, onde sublinhou que os avanços no combate aos grupos armados têm favorecido a normalização da vida das comunidades, antes assoladas pela guerra.

O ministro da Defesa de Moçambique assinalou ainda os ganhos conseguidos pelas forças conjuntas moçambicanas, do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Dois pescadores foram raptados em Macomia, por volta das três (3) horas da madrugada da sexta-feira (20.10), em Litandacua, onde foram surpreendidos por um grupo de homens armados e levados para uma parte incerta.

Segundo o "Integrity Magazine", este acto acontece dias depois, de dois caçadores e um civil terem sido assassinados pelos terroristas, no mesmo distrito.

Ainda em Cabo Delgado, na aldeia Chinda, no Posto administrativo de Díaca, no distrito de Mocímboa da Praia, cerca de vinte terroristas atacaram e incendiaram uma viatura do tipo minibus, tendo de seguida queimado também uma residência.

Estranhamente, o último ataque aconteceu a aproximadamente dois quilómetros de uma posição militar do exército ruandês.

Entretanto, este ataque já foi reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico.

Dezenas de mulheres e raparigas, incluindo menores, são vítimas de abuso sexual nas regiões de acolhimento de vítimas do terrorismo em Cabo Delgado, relata a Organização não-governamental, PROMURA.

Em entrevista à DW África, Manuel Tomossene, da Associação de Proteção à Mulher e Rapariga (PROMURA), uma organização com programas de assistência no contexto da crise humanitária que se vive em Cabo Delgado, diz que, só este ano, já foram registados 50 casos de violência contra deslocadas, nos distritos de Ancuabe e Metuge.

Alguns destes crimes foram cometidos, alegadamente, por líderes ou agentes humanitários, nas aldeias de reassentamento.

Tomossene explica que a PROMURA já abriu "autos nos postos policiais próximos dos centros contra pessoas acusadas de aliciar as mulheres para trocar comida por sexo". Algumas já terão sido responsabilizadas.

A DW África solicitou uma entrevista ao comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado, para saber o número de casos registados e o ponto de situação em que se encontram as investigações.

Numa nota, datada de 9 de Outubro de 2023, a PRM respondeu à solicitação, indicando não ter qualquer registo de casos de violência ou abusos sexuais contra vítimas do terrorismo.

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