Resumo Semanal: Cabo Ligado Semanal, 22-28 de Maio de 2023

Um novo relatório do Centro Moçambicano de Integridade Pública (CIP) revelou a extensão da exploração sexual de mulheres deslocadas em Cabo Delgado.
1 Junho, 2023

CIP investiga abuso de mulheres e meninas deslocadas

Um novo relatório do Centro Moçambicano de Integridade Pública (CIP) revelou a extensão da exploração sexual de mulheres deslocadas em Cabo Delgado. O governo tem negligenciado a sua responsabilidade de proteger e apoiar os deslocados, argumenta o CIP, deixando-a para organizações humanitárias e líderes locais. Com base em entrevistas com indivíduos afectados, o CIP descobriu que muitas mulheres e meninas foram forçadas a vender sexo para garantir sua subsistência e de suas famílias. São necessárias acções coordenadas entre o governo, organizações humanitárias e parceiros para melhorar o apoio às mulheres e raparigas deslocadas. Isso deve incluir o fornecimento de apoio financeiro, produtos de higiene e educação sobre saúde sexual, de acordo com o relatório.

OMR critica relatório de Rufin

A avaliação de Jean-Christophe Rufin sobre a situação humanitária e dos direitos humanos em Cabo Delgado, encomendada pela TotalEnergies, não consegue identificar as raízes dos problemas da região, defende João Feijó num novo relatório do Observatório do Meio Rural (OMR). A sua principal lacuna, segundo Feijó, é que não analisa adequadamente o papel do projecto de gás natural liquefeito de Moçambique, liderado pela TotalEnergies, no agravamento do sentimento de exclusão social na província. A proposta de fundação de 200 milhões de dólares para promover o desenvolvimento regional terá apenas “efeitos paliativos” por ser insuficiente para fazer face à escala de pobreza e desigualdade em Cabo Delgado, que, em todo o caso, deveria ser da responsabilidade do Estado, segundo o relatório.

IESE publica biografia de líder insurgente

Sérgio Chichava, do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE), publicou a mais recente de suas curtas biografias de líderes insurgentes. Trata-se de Muamudo Saha, natural da aldeia de Rueia em Mucojo, distrito de Macomia. Tal como outros líderes apresentados na série, ele estava envolvido no comércio de pequena escala, que o levou a percorrer o norte de Moçambique, senão mesmo ao estrangeiro.

Chichava descreve um activismo semelhante empreendido por Saha dentro da comunidade muçulmana, conforme destacado em suas outras biografias de 'Jorginho' e Maulana Ali Cassimo. Descreve também o fracasso das autoridades em conter o crescimento deste tipo activismo antes da insurgência, conforme também descrito numa nota de investigação de 2020. Chichava explica como isso levou à expulsão de Saha de uma mesquita na vila de Macomia e sua posterior detenção em 2017 por apelar à não participação no censo. Rapidamente libertado com base na liberdade de crença religiosa, partiu para Mocímboa da Praia, onde se acredita ter participado do ataque de Outubro de 2017 que desencadeou o conflito.

Não se sabe ao certo o paradeiro atual de Saha. Chichava observa que Carta recentemente o relatou como vivo e ativo em Mucojo, mas que outras fontes afirmam que ele pode estar em outro lugar, ou mesmo falecido.

Peacemaking Advisory Group promove mediação de paz em Cabo Delgado

A Africa Intelligence noticiou que Roeland van de Geer, diplomata reformado holandês e da União Europeia, visitou recentemente Moçambique, África do Sul e Tanzânia como parte do Grupo Consultivo de Pacificação. O grupo procura catalisar o diálogo entre as partes interessadas em Cabo Delgado e Moçambique em geral e publicou um relatório sobre as consultas iniciais em Fevereiro.


Este artigo é excerto do Cabo Ligado Semanal, uma colaboração do Zitamar News, MediaFax e ACLED.

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