Grupos terroristas voltaram a atacar, na noite da quinta-feira, a aldeia Nguida, cerca de 20 quilómetros da sede distrital de Macomia, centro da província de Cabo Delgado. Antes do último ataque, Nguida já vinha registando recorrentes e sucessivas incursões terroristas, o que fez com que paulatinamente o número de moradores reduzisse a números considerados mínimos. Com o episódio da semana passada, as pessoas que ainda resistiam ao cenário de total insegurança sentiram-se obrigados a fugir para a sede distrital.

Aliás, a posição militar que estava em Nguida também não resistiu ao que se considera “forte ataque” terrorista e consequente “forte confronto”, tendo os militares abandonado a posição e alguns sobressaído nos bairros da sede distrital. Outros eram dados como desaparecidos, numa altura em que os canais de propaganda do Estado Islâmico reivindicam a morte de cinco militares moçambicanos e ferimento de outros em resultado dos confrontos de Nguida.

Por conta do cenário de insegurança que se vive naquela e em várias áreas do distrito de Macomia, a população de Liukwe, outra aldeia de Macomia que não tinha sido abandonada, está também a sair em direcção à vila distrital.

Por conta da circulação de terroristas em várias zonas, a população que se refugiou na sede distrital está, igualmente, com bastante medo, havendo mesmo quem decida recorrer a esconderijos durante a noite. Nangade Enquanto isso, no distrito de Nangade, uma coluna de patrulha de militares moçambicanos e da Tanzânia foi emboscada na segunda-feira da semana passada, o que terá resultado em ferimento de cinco militares. Aparentemente, todos os feridos pertencem às fileiras das Forças de Defesa e Segurança do país vizinho, integrados na Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.

Na mesma ocasião, conta-se, três terroristas terão sido abatidos por dispa- ros feitos por um helicóptero que foi em socorro à caravana atacada.

Texto co-produzido com a Zitamar News no âmbito do projecto Cabo Ligado, em parceria com a ACLED