Polícia deteve cinco indivíduos de Ancuabe acusados de semear susto

A Polícia da República de Moçambique (PRM) reiterou, na manhã de ontem, a denúncia sobre a existência e circulação do que considera “falsos ou então terroristas desarmados”, que andam a semear pânico com objectivo de ficar a roubar bens assim que, em debandada, a população abandonar as aldeias, nas zonas de conflito em Cabo Delgado
6 Setembro, 2022

Esta denúncia voltou a ser ouvida, em Pemba, quando, nesta segunda-feira, o Comandante Provincial da Polícia da República de Moçambique naquela província, Vicente Chicote, procedia ao patenteamento de oficiais subalternos da corporação policial.

De acordo com o dirigente policial, o exemplo mais recente da existência e circulação de falsos terroristas deu-se ao início da noite de domingo, na aldeia Ngewe, em Ancuabe, um distrito que foi arrasado na semana passada por terroristas que, posteriormente terão seguido até Kutua, em Nampula.

Segundo contou o Comandante Provincial, cinco jovens naturais de Ngewe decidiram fazer-se passar por terroristas e cerca das 18 horas de domingo incendiaram 13 casas.

O objectivo era criar pânico no seio da população e, quando esta fugisse, eles ficassem a pilhar os bens.

Entretanto, na explicação de Vicente Chicote, porque várias são as pessoas que tomam coragem no âmbito da vigilância necessária, algumas ficaram e esconderam-se em posições estratégicas para ver quem efectivamente são os referidos terroristas. Nisto, terão conseguido identificar que, afinal, os cinco jovens eram nativos da aldeia. Perseguidos, quatro conseguiram fugir, mas um foi “capturado” e entregue às autoridades.

“Continuam a verificar-se indivíduos oportunistas, que se fazem passar por terroristas. Incendeiam casas para afugentar pessoas para poder roubar. Caso concreto, registou-se, ontem [domingo], a noite, cerca das 18 horas, no distrito de Ancuabe, aldeia de Ngewe, vulgarmente conhecido Biaque, onde cinco indivíduos incendiaram 13 casas” – explicou Vicente Chicote, acrescentando que “como a população é vigilante, alguns tinham ficado aí por perto para poder ver quem são esses terroristas, e foram verificar que são jovens daí mesmo da aldeia”.

Diante desta realidade, Chicote disse que, para todos os efeitos, apesar de serem jovens locais, aquele grupo deve ser classificado de acordo com as suas acções.

Assim, apontou “estes não deixam de ser terroristas, são terroristas desarmados e, por vezes, nós temos tido medo de pessoas não armadas”.

Apesar desta realidade e conhecidas as práticas horrendas dos grupos atacantes, no primeiro sinal de presença terrorista, a população sai em debandada no sentido de, pelo menos, salvar a sua e a vida de pessoas próximas. Poucas conseguem resistir e permanecer nas aldeias no sentido de averiguar ou confirmar se se trata de falsos ou verdadeiros terroristas. (Redacção)

Texto co-produzido com a ZitamarNews, no âmbito do projecto Cabo Ligado, em parceria com a ACLED.

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