Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 21 de Fevereiro de 2025. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média.

Para já os destaques:.

🔸 Três supostos terroristas abatidos em Macomia

🔸 Comerciantes ocupam mercado construído por ruandeses em Mocímboa da Praia

🔸 Delegado do INGD sugere uso de recursos locais para minimizar a dependência externa

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Três alegados terroristas foram mortos numa operação da força local na aldeia de Litandacua, no distrito de Macomia, na província moçambicana de Cabo Delgado, disseram à Lusa fontes locais.

Segundo aquela agência, o abate surge em resposta ao ataque no dia 08 de Fevereiro, que provocou dezenas de feridos, após os terroristas terem invadido aquela localidade e morto pelo menos três civis.

Relatos indicam que nos últimos dias, além de Litandacua, os terroristas têm estado a criar pânico em Chai-sede, Litamanda, Nova Zambézia e Nkoe ainda no distrito de Macomia.

Após meses de resistência, os comerciantes de Mocímboa da Praia finalmente começaram a ocupar o mercado central da vila, construído pela tropa ruandesa no bairro Pamunda.

Segundo a Zumbo FM, a mudança ocorre depois de sucessivas pressões do Conselho Municipal, que vinha insistindo para que os vendedores abandonassem os pontos informais de comércio e passassem a operar na nova infraestrutura.

Segue a Zumbo FM narrando que a relutância dos comerciantes em utilizar o espaço estava ligada a desconfianças sobre o envolvimento das forças ruandesas em atividades além do combate ao terrorismo.

Após a inauguração, muitos questionavam a construção do mercado por tropas estrangeiras, argumentando que sua presença na região deveria se limitar às operações militares contra grupos insurgentes.

Um comerciante disse à Zumbo FM que “O mercado já está em funcionamento, e alguns comerciantes estão a construir lojas dentro do recinto. No entanto, ainda há pouca movimentação de clientes, porque esta área fica um pouco afastada do centro.”

O delegado do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), em Cabo Delgado, Marques Naba defende que deve-se apostar nos parceiros locais a criar um grupo de soluções duradouras, que deve buscar fundos internos para dar resposta ao drama humanitário em Cabo Delgado.

“Temos que começar a encontrar caminhos locais para resolver os nossos problemas” disse Marques Naba, delegado do INGD em Cabo Delgado, citado pela Voz da América, ao reagir aos decretos presidenciais do Chefe de Estado americano, Donald Trump, que suspenderam centenas de milhões de dólares em doações de ajuda externa, por 90 dias.

Naba acrescentou que “se os apoios externos chegarem às nossas mãos, nós vamos agradecer, mas enquanto estamos à espera, enquanto pensamos que alguma coisa virá dos outros, nós localmente temos que encontrar saída, esta é a visão deste grupo de soluções locais, encontrar saída para os problemas locais”, concluiu.

Bem-vindo à ao segmento do Programa de Paz e Estabilidade de Moçambique, onde abordamos as questões mais urgentes da paz e estabilidade em Cabo Delgado.

Hoje, vamos recuar para olhar para o cenário geral - o que é realmente necessário para reconstruir a paz após o conflito.

Em janeiro, os actores-chave de toda a região reuniram-se em Palma para um seminário do Projeto de Paz e Estabilidade que procurou estabelecer os principais elementos para uma paz duradoura.

Desde as forças de segurança aos líderes comunitários, a mensagem foi clara: a paz não é apenas uma questão de acabar com a violência - é uma questão de criar confiança, justiça e diálogo.

Então, quais são os princípios para uma paz sustentável? Vamos analisá-los em detalhes.

Os sete pilares da construção da paz

● Diálogo - Esta foi a prioridade mais votada pelos participantes no seminário, com 50% dos votos. Porque o diálogo ajuda a prevenir o conflito antes de ele começar.

● Respeito e Confiança - Ficou em segundo lugar com 40%, mostrando a necessidade urgente de reconstruir a confiança entre os civis e as forças de segurança.

● Segurança e proteção - Garantir a segurança de todos os indivíduos, especialmente dos grupos vulneráveis.

● Lei e Dignidade - Reforçar os mecanismos legais e defender os direitos humanos.

● Acesso à justiça - Assegurar uma proteção jurídica justa e transparente para todos.

● Direitos Humanos e Inclusão - A representação é importante - a paz não pode deixar ninguém para trás.

Então, o que é que isto significa para Cabo Delgado?

Estes princípios não são apenas palavras no papel - são um roteiro para a ação.

As forças de segurança devem envolver-se com as comunidades. Os sistemas de justiça devem ser acessíveis. E, acima de tudo, a confiança deve ser reconstruída, passo a passo.

O trabalho de construção da paz nunca é feito da noite para o dia - mas com prioridades claras e responsabilidade partilhada, o futuro de Cabo Delgado pode ser de colaboração, não de conflito, e o Projeto de Paz e Estabilidade está a ajudar a tornar isto uma realidade.

Até à próxima vez, mantenham o diálogo.

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