Terroristas voltam a exibir musculatura em Cabo Delgado

Contrariando a ideia de uma actuação em pequenos grupos e com sinais de fragilidade, um ataque protagonizado por aquilo que se descreve como “numeroso” grupo de terroristas teve lugar na madrugada desta segunda-feira, 13 de Fevereiro corrente, na aldeia de Nairoto, distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado.
15 Fevereiro, 2023

Contrariando a ideia de uma actuação em pequenos grupos e com sinais de fragilidade, um ataque protagonizado por aquilo que se descreve como “numeroso” grupo de terroristas teve lugar na madrugada desta segunda-feira, 13 de Fevereiro corrente, na aldeia de Nairoto, distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado.

Ao que o mediaFAX soube, o ataque visou o que se considera “quartel da força conjunta”, tendo resultado na morte de cinco militares, ferimento de vários outros, incêndio do quartel e ainda destruição das viaturas das Forças de Defesa e Segurança que estavam posicionadas naquele quartel. A administradora distrital de Montepuez, Isaura Máquina, confirmou o ataque e precisou que a invasão terrorista teve lugar entre as zero e uma hora de madrugada da segunda-feira. Ela falava à rádio Zumbo FM.

O número real dos atacantes não é preciso, mas várias fontes locais não têm dúvidas de que o grupo era bastante numeroso. “Eram muitos. Muitos, mesmo” – dizem.

Há mesmo quem avente a possibilidade de o número de atacantes ter estado próximo de 100 elementos. Mas outras fontes estimam entre 30 e 40, o que não deixa de ser considerável e contrastante com a ideia do discurso governamental, que sugere grupos que circulam fragilizados com uma média de cinco elementos.

Casas da população não foram queimadas

Na estratégia de ataque, o grupo não chegou a tocar em qualquer bem da população local. Não pilhou, nem incendiou casas e barracas da aldeia local de Nairoto. Somente visou a posição das Forças de Defesa e Segurança, estas que, ao que tudo indica, tiveram de abandonar a posição, deixando-a à mercê do grupo atacante.

Por isso, facilmente, os atacantes tomaram conta do local, incendiaram tudo que puderam, incluindo viaturas. Há indicações de terem, igualmente, conseguido apoderar-se de armas de fogo, munições e outros bens que, na fuga, as FDS deixaram para trás.

O facto de os bens da população local não terem sido vandalizados está a ser interpretado como continuação da nova estratégia do grupo. Parece pretenderem criar algum tipo de aproximação à população local e espalhar a ideia de estarem a lutar unicamente contra as FDS.

Há indicações de que o grupo vinha armado com tudo que era possível, incluindo armas do tipo RPG e PKM.

Imagens dos sites de propaganda do Estado Islâmico começaram, tempo depois do ataque, a difundir imagens das instalações militares e viaturas em chamas, assim como de, pelo menos, quatro corpos de militares estatelados e ensanguentados.

Mina da Gemfields evacuada

Localizada a sensivelmente 15 quilómetros da aldeia Nairoto, local atacado, o campo de exploração de ouro da Nairoto Resources Limitada (“NRL”) foi evacuado e os trabalhadores transportados para local seguro na vila de Montepuez.

Na NRL, a Gemfields detém 75 por cento e os restantes 25 pertencem a Mwiriti, do general da Frelimo, Raimundo Pachinuapa.

Enquanto isso, de acordo com uma nota distribuída pela Gemfields, as operações da Montepuez Ruby Mining Limitada (“MRM”), localizadas a 83 quilómetros do local atacado, não foram afectadas.


Artigo MediaFax.

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