Terroristas usam explosivos sofisticados desde Junho para atacar FDS
Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 29 de Agosto de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.
Para já os destaques:
🔸 FADM anuncia abate de Ibn Omar Machude líder terrorista em Cabo Delgado
🔸 Estado Islâmico reivindica morte de militares moçambicanos
🔸 Terroristas usam explosivos desde Junho para atacar FDS
O Chefe do Estado Maior das FADM, Rivas Mangrasse, anunciou na cidade de Pemba, que as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) abateram o líder dos terroristas, Ibn Omar, tido como coordenador principal dos ataques em Cabo Delgado.
Segundo Mangrasse, Ibn Omar foi abatido na quarta-feira, 22 de Agosto, durante operações de combate, nas matas do distrito de Macomia.
Na mesma operação, foi igualmente morto o seu vice-comandante e um outro operacional. Entretanto, Mangrasse reconheceu que o abate de Ibn Omar, não significa o fim do terrorismo em Moçambique.
Ibn Omar era o homem mais procurado pelas FADM, por ser um dos que desencadearam os ataques terroristas, em Mocímboa da Praia e outros locais da província de Cabo Delgado.
Apesar do progresso na luta contra o Estado Islâmico (EI) e outros grupos terroristas em Cabo Delgado, uma série de ataques recentes mostra que os insurgentes estão longe de estar derrotados, sendo os ataques mais sofisticados.
Um engenho explosivo, controlado à distância, danificou gravemente um veículo blindado das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), em Quiterajo, em Julho.
A explosão desencadeou um tiroteio, durante o qual pelo menos um soldado das FADM foi morto, de acordo com uma reportagem do Cabo Ligado, publicada pelo Projecto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos.
Os insurgentes têm utilizado este tipo de bombas, à beira da estrada, na província de Cabo Delgado, desde pelo menos Setembro de 2021, mas até Junho os explosivos eram normalmente dispositivos rudimentares, que explodiam quando eram pisados por veículos ou pessoas.
No dia 18 de Junho, os rebeldes realizaram o primeiro ataque com engenhos explosivos improvisados detonado remotamente na província, perto das regiões de Cobre e Ilala.
O Estado Islâmico reivindicou dois ataques às Forças Armadas de Moçambique, na província de Cabo Delgado, apontando a morte de pelo menos nove militares, mas ainda não confirmados oficialmente, refere a agência de notícias Lusa.
Em duas mensagens divulgadas pelos canais de propaganda do grupo, é referido que o primeiro ataque resultou da "explosão de uma bomba" contra forças moçambicanas, no distrito de Mocímboa da Praia, sem mais detalhes.
No segundo alegado ataque, na mesma província, mas neste caso no distrito de Macomia, o Estado Islâmico afirma que matou sete soldados moçambicanos e dois oficiais, numa “emboscada”.
A Lusa não conseguiu até ao momento confirmar, no terreno, a veracidade destes ataques e as autoridades moçambicanas também ainda não se pronunciaram.
Os anúncios destes ataques pelo Estado Islâmico, surgem praticamente em paralelo com a divulgação, na quarta-feira, pelas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), do abate de dois importantes elementos da estrutura terrorista que opera em Cabo Delgado, incluindo Abu Kital, "vice-comandante das operações" do grupo Ahlu-Sunnah wal Jama'a (ASWJ).
As informações da morte, nos últimos dias, dos líderes dos terroristas que atacam a região norte de Moçambique, desde 5 de Outubro de 2017, é um passo importante alcançado pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, em conjunto com as forças da SADC (SAMIM) e as tropas de Ruanda, na luta contra o extremismo violento.
Esta acção pode abrir uma nova página no conflito, chamando a atenção para a necessidade de se aumentar a vigilância por parte das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.
O alerta é do Centro de Desenvolvimento da Democracia e Direitos Humanos (CDD), que sublinha que a possível reorganização do grupo extremista, pode incluir a nomeação rápida de novos líderes, ao mesmo tempo que, para procurar aceitação e legitimidade no seu seio, pode tornar-se mais agressivo.
O CDD chama também a atenção para a possibilidade daquele grupo recorrer a outros líderes, oriundos dos países que têm enviado guerrilheiros para combater na província de Cabo Delgado.
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