Terroristas matam 16 pessoas e destroem mais de mil casas em Namuno, entre Outubro e Novembro de 2022
Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 30 de Março de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.
Para já os destaques:
🔸 Trabalhadores da mina de rubis em Montepuez em greve desde segunda-feira
🔸 Terroristas matam 16 pessoas e destroem mais de mil casas em Namuno, entre Outubro e Novembro de 2022
🔸 Violação de direitos humanos em Moçambique aumentou com conflito no norte - diz Amnistia Internacional
Trabalhadores das minas de rubis no distrito de Montepuez em Cabo Delgado, estão em greve desde a manhã de terça-feira, dia 28, revela o canal de notícias Moz24Horas.
Eles revindicam melhores condições de trabalho e tratamento condigno, sem discriminação, tribalismo e diferenças salariais.
Segundo a mesma fonte, os grevistas realizaram uma manifestação pacífica, na terça-feira, em frente aos escritórios da Montepuez Ruby Mining (MRM) em Namanhumbir, mas os seus protestos contra as diferenças salarias continuam sem ser atendidos.
De Outubro a Novembro de 2022, o distrito de Namuno em Cabo Delgado, sofreu vários ataques terroristas que causaram a morte de 16 pessoas e seisferidos, tendo se registado 1.294 casas queimadas, a destruição de duas viaturas, seis motorizadas e 22 bicicletas, e a vandalização de 6 barracas, uma mesquita e três igrejas, por grupos de terroristas ao nível do distrito.
De acordo com rádio Zumbo FM, os dados foram avançados esta terça-feira, 28 de Março de 2023, pela Administradora do distrito de Namuno, Maria Lázaro, falando em Pemba, na VI (sexta) Sessão Ordinária do Conselho Executivo Provincial de Cabo Delgado.
A maioria das vítimas foi registada na aldeia Murameia. No total foram atacadas oito comunidades no distrito de Namuno.
O conflito entre grupos armados e forças do Governo no norte de Moçambique aumentou as violações de direitos humanos, cometidas por ambos os lados do conflito, e agravou a crise humanitária em 2022, revela o relatório anual da Amnistia Internacional, citado pela DW.
Combatentes do grupo designado localmente como "Al-Shebab" continuaram a "incendiar aldeias, a decapitar pessoas e a raptar mulheres e raparigas", lê-se no relatório sobre o estado dos direitos humanos no mundo em 2022.
A Amnistia Internacional (AI) relata acontecimentos como os ataques, em 21 de Maio, em Chicomo, Nguida e Nova Zambezia, onde apareceram 10 cadáveres decapitados e foram raptadas mulheres e meninas, e em Junho e Setembro, nas províncias de Nampula e Niassa.
Mas as forças de segurança do governo também violaram direitos humanos, incluindo "desaparecimentos forçados, assédio e intimidação de civis e extorsão", denuncia a Amnistia Internacional no seu último relatório.
O Governo de Cabo Delgado, está a recorrer a escritórios pré-fabricados, para manter em funcionamento os serviços estatais, na sede do posto administrativo de Miteda, no distrito de Muidumbe, norte da província.
Segundo o jornal Evidências, neste momento, estão em curso, na sede do posto administrativo de Miteda, as obras de construção de bases, onde serão fixados os escritórios pré-fabricados.
Recentemente, a Directora do Gabinete do Secretário de Estado em Cabo Delgado, Tecla Sispa Momba, esteve no terreno a acompanhar os trabalhos. Os anteriores edifícios foram severamente destruídos pelos ataques terroristas, e o Governo ainda não dispõe de verbas para garantir a sua reconstrução.
A Directora do Gabinete do Secretário de Estado, encontrou-se com funcionários e agentes do estado que regressaram ao distrito de Muidumbe e líderes comunitários locais.
No encontro foi confrontada com a demora na restauração da paz e de outros serviços, como por exemplo do Registo Civil e Notariado, embora tenham agradecido a reabertura de escolas e a implementação de postos móveis de saúde, refere o Evidências.
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