Terroristas forçam encerramento de escolas em Mocímboa da Praia
Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 14 de Março de 2025. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média.
Para já os destaques:
🔸 Terroristas forçam encerramento de escolas em Mocímboa da Praia
🔸 Ruanda avalia positivamente o seu desempenho em Cabo Delgado
🔸 ADIN financia organizações locais no norte de Moçambique
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Terroristas supostamente forçaram o encerramento de três escolas em igual número de aldeias no distrito de Mocímboa da Praia em Cabo Delgado e obrigam crianças a frequentar madrassas.
A informação é avançada pela Zumbo FM que diz ter recebido relatos na segunda-feira, 10 de Março de 2025, de fontes do serviço distrital de Educação juventude e tecnologia do distrito de Mocímboa da Praia.
De acordo com os relatos, os terroristas têm feito ameaças e exigido mudanças nas actividades escolares em várias aldeias da região, obrigando as crianças a frequentarem madraças em vez de escolas.
No concreto, a Zumbo FM cita que o tal cenário aconteceu nas aldeias de Ulo e Malinde.
Naquelas comunidades, segundo a Zumbo FM, os terroristas abordaram directamente os professores e exigiram que as aulas fossem substituídas por madraças.
O Administrador do distrito de Mocímboa da Praia, Sérgio Cipriano, disse não ter informações sobre o assunto justificando que, precisava de mais tempo para se informar.
O general Ruandes Ronald Rwivanga considera que o exército do seu país está registando progressos significativos em Moçambique, onde as forças estão destacadas desde 2021 para combater os insurgentes na província de Cabo Delgado.
Segundo Rwivanga, que falava numa entrevista ao Igehe, inicialmente, as forças ruandesas foram responsáveis pela segurança de Palma e Mocímboa da Praia, mas devido à sua eficácia, o governo moçambicano confiou-lhes territórios adicionais, incluindo Macomia.
“O inimigo estava escondido em Katupa, uma floresta densa semelhante a Nyungwe. Através de múltiplas operações, conseguimos libertá-los dos seus redutos e estabilizar a área", revelou Rwivanga.
Ele observou que ainda ocorrem incidentes menores, mas as forças ruandesas estão a abordá-los activamente para manter a ordem.
Além dos esforços de contra-insurgência, o Ruanda está a liderar o processo de Reforma do Sector de Segurança em Moçambique, treinando forças locais para garantir a estabilidade a longo prazo.
“Estamos prestes a concluir a primeira fase de treino de 600 militares moçambicanos no centro de treino de Nacala. Seguir-se-ão mais fases, equipando-os com as competências necessárias para manter a segurança de forma independente", acrescentou Rwivanga.
A Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN) acaba de alocar mais fundos para a materialização de projectos de desenvolvimento social e económico nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula.
Segundo o jornal Notícias, trata-se de um montante global de seis milhões de dólares, que será canalizado à ActionAid Moçambique, Associação de Apoio e Assistência Jurídica às Comunidades, Fundação Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil, Associação Kuendeleya, Fundação Nunisa e Conselho Cristão de Moçambique.
De acordo com o presidente da Comissão Executiva da ADIN, Jacinto Loureiro, que falava terça-feira em Maputo na assinatura dos contratos de financiamento, cada organização vai receber um milhão de dólares a título de donativo para realizar projectos de geração de emprego, ocupação juvenil, infra-estruturas sociais e meios de subsistência para a população do Norte do país.
“Este projecto, iniciado em 2023, visa mitigar os efeitos do terrorismo no Norte do país, e nesta primeira fase está avaliado em 12 milhões de dólares, dos quais já foram disponibilizados quatro. Hoje desembolsámos mais seis para as instituições implementadoras”, explicou.
Disse igualmente que os resultados dos projectos já financiados são visíveis e traduzem-se na mitigação dos efeitos do terrorismo e integração da juventude em diferentes actividades de geração de renda e recreativas.
Sejam bem-vindos de volta a mais uma edição do programa de rádio sobre a Paz e Estabilidade! Hoje, vamos falar sobre o progresso feito pelo Projeto Paz e Estabilidade e como esse projeto está promovendo conexões mais fortes entre as comunidades e os provedores de segurança.
Ao longo dos últimos meses, assistimos a passos importantes - líderes comunitários a afirmarem-se, agentes de segurança a envolverem-se em conversas profundas e um foco renovado na colaboração para criar espaços mais seguros para todos.
Porque é que esta relação é importante?
Porque a segurança não é apenas uma questão de presença - é uma questão de confiança. Quando as comunidades e os provedores de segurança comunicam e trabalham em conjunto, podem evitar conflitos, atender às preocupações de forma proactiva e garantir que as pessoas se sintam seguras e ouvidas.
Um marco recente nesta jornada foi uma série de seminários distritais com o objetivo de melhorar a capacidade de resposta e o comportamento dos provedores de segurança. Mas não se tratou apenas de sessões de formação; foram espaços para discussões reais e abertas - algo que há muito se fazia esperar.
No total, participaram 158 pessoas, sendo que as mulheres representavam mais de 40% dos participantes. Mesmo no meio de tensões acrescidas em áreas como Muidumbe, os participantes mantiveram-se empenhados em estabelecer um diálogo construtivo.
O que é que marcou estes seminários?
Para muitos provedores de segurança, estas discussões foram um abrir de olhos. Ouviram em primeira mão como as comunidades vêem as suas acções - tanto os aspectos positivos como as áreas que precisam de ser melhoradas.
Um líder local de Ncoripo disse-o claramente: “Compreender estas questões ajuda-nos a liderar melhor. Por vezes, cometemos erros simplesmente porque não sabemos o que fazer”.
Este facto demonstra a importância dos conhecimentos práticos e das competências na promoção da paz. Os líderes comunitários também aplicaram a metodologia GALS - uma abordagem que já discutimos anteriormente - para melhorar a liderança de base e a resolução de problemas.
Os actores da segurança também viram o valor de uma abordagem orientada para a comunidade. Um participante das FADM reflectiu: “Esta metodologia pode ser um grande trunfo para as FADM. Ajuda-nos a compreender e a envolvermo-nos com as comunidades de forma mais eficaz.”
Desafios e o caminho a seguir
É claro que eliminar estas lacunas nem sempre é fácil. Garantir discussões abertas e honestas entre diferentes grupos requer um planeamento cuidadoso e espaços seguros para o diálogo. Em áreas como Mueda, onde as dinâmicas de segurança são complexas, este trabalho exige estratégias personalizadas e uma adaptação contínua.
Olhando para o futuro, o Projeto de Paz e Estabilidade continuará a reforçar a confiança, a lidar com os riscos e a aperfeiçoar as abordagens para enfrentar os desafios em evolução.
Este é apenas um passo numa longa jornada, mas cada conversa, cada novo entendimento, aproxima-nos da construção de comunidades resilientes e seguras.
Obrigado por se juntarem a nós hoje! Mantenham-se seguros e voltaremos em breve com mais actualizações.
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