Seis pessoas morreram vítimas de novos ataques em Macomia e Palma
Bem-vindo a Voz de Cabo Delgado, espaço que tem para se informar melhor sobre a província de Cabo Delgado. Para esta terça-feira, 24 de Maio de 2022, temos os seguintes destaques:
🔶 Governo atribui a terceiros terra dos deslocados em Cabo Delgado sem consultá-los
🔶 Seis pessoas morreram vítimas de novos ataques em Macomia e Palma
🔶 Maior parte dos funcionários de Muidumbe ainda não regressou ao distrito
O Governo de Mocambique aproveitou-se do conflito e da ausência das comunidades em Palma para atribuir 12 mil hectares de terras ao Centro de Promoção de Desenvolvimento Económico de Cabo Delgado.
A revelação é feita pelo CDD que refere que o CPD, beneficiária de terras, é uma desconhecida entidade pública criada em Maio de 2021 e cujas atribuições e competências se confundem com o mandato da Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte
(ADIN).
A organização avança que a aprovação do DUAT provisório a favor do CPD não foi antecedida por uma consulta pública às comunidades afectadas, conforme obriga a legislação sobre terras. aDEMAIS, a consulta pública não tinha como acontecer devido ao conflito que obrigou as populações de Palma a abandonarem as suas zonas de origem.
O CDD anota que o CPD não tem capacidade institucional e financeira para explorar 12.000 hectares de terras, pelo que esta área deverá, futuramente, ser parcelada e atribuída a várias entidades privadas (incluindo as elites da Frelimo) com interesses nos projectos de gás natural em Palma.
As sedes de Macomia e de Palma, voltaram, ao longo do último fim-de-semana, a receber refugiados, em resultado de as suas aldeias terem sido, de novo, atacadas por grupos terroristas.
No concreto, os relatos recebidos pelo mediaFAX indicam que os sinais de retorno de circulação de terroristas nas aldeias ou próximo às aldeias atacadas começaram a ser vistos nos últimos dias, apesar da existência de inúmeras posições da força conjunta, que integra elementos da SADC e das Forças de Defesa do Ruanda.
Entretanto, na noite de sábado, 21 de Maio corrente, os insurgentes voltaram a atacar Olumbi. Ainda não há indicação de vítimas mortais, feridos e nem raptados, mas na vila de Palma estavam a chegar refugiados daquela região até domingo passado.
Enquanto isso, nas machambas de Nkoe, seis pessoas terão sido decapitadas por um grupo de insurgentes que se movimentava pelas aldeias Nguida, Nkoe e Chicomo, em Macomia.
Apenas 350 dos mais de 900 funcionários e agentes de Estado de Muidumbe retomaram os seus postos de trabalho. Os números revelam que a maior parte dos trabalhadores de Muidumbe continua em locais de fuga.
Os dados foram avançados pelo Secretário de Estado na província, António Supeia, que na sexta-feira visitou o distrito, no quadro de monitoria e avaliação do processo de restauração da máquina administrativa, para o regresso efectivo da população.
Segundo a RM, Supeia voltou a referir que o regresso dos poucos funcionários a Muidumbe resulta do clima de segurança que se vive nos últimos meses na região e do empenho das Forças de Defesa e Segurança, das tropas amigas da SADC e do Ruanda, que combatem sem tréguas, os terroristas.
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