Ruandeses enviam reforço militar para Mucojo

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18 Outubro, 2024

Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 18 de Outubro de 2024. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média em parceria com o projecto de Promoção da Paz e Estabilidade em Cabo Delgado.

Para já os destaques:

🔸 Ruandeses enviam reforço militar para Mucojo

🔸 Populares acusam militares de assassinar dois moto-taxistas em Pemba

🔸 População captura dois terroristas em Mocímboa da praia.

Pode ouvir esta edição na sua língua de escolha, desde Português, Emakhuwa, Kimwani ou Shimakonde. Visite a nossa página, avoz.org, para escolher a sua língua de preferência ou através dos nossos canais de WhatsApp ou Telegram.


As Forças de Segurança do Ruanda (RSF) parecem estar a estabelecer um novo posto avançado em Mucojo, na costa do distrito de Macomia, na província de Cabo Delgado, onde têm lutado contra insurgentes desde o fim de julho.

A informação é avançada pelo Zitamar News, que cita fontes dizendo que um contingente de até 500 soldados ruandeses foi visto se movendo para Mucojo nas primeiras horas de quinta-feira, 10 de outubro.

A ofensiva conjunta contra os insurgentes entrincheirados na costa de Macomia foi lançada no final de Julho e começou com várias semanas de bombardeios aéreos por helicópteros ruandeses.

Pelo menos quatro soldados moçambicanos foram mortos num confronto nos arredores de Mucojo entre 24 e 26 de Setembro.

Uma fonte local informou no dia 1 de Outubro que os insurgentes colocaram dispositivos explosivos improvisados nas estradas que conduzem a Mucojo, o que estava a limitar a a capacidade das forças de segurança de se movimentarem pela costa de Macomia.


Populares acusam os militares de terem baleado mortalmente dois operadores de táxi mota, a menos de um quilómetro do quartel das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), no bairro Maringanhe, na cidade de Pemba, em Cabo Delgado.

Os corpos das vítimas foram encontrados na manhã da passada quinta-feira.

Segundo a "Carta de Moçambique", as vítimas, de 22 e 27 anos de idade, foram baleadas na madrugada do mesmo dia por indivíduos desconhecidos, mas a população local suspeita que tenham sido mortos por militares, alegando ser os únicos que podem circular com armas naquele raio.

A Polícia da República de Moçambique diz que já está no terreno a investigar o caso.


Dois terroristas foram, no sábado passado, capturados pela população nos arredores da vila de Mocímboa da Praia. Após serem detidos, foram levados ao comando da Polícia do Distrito, onde entregaram voluntariamente suas armas.

De acordo com o Administrador do Distrito de Mocímboa da Praia, Sérgio Cipriano, citado pela Zumbo FM Notícias, a população foi orientada a não usar violência contra aqueles que se rendessem.

O Administrador também destacou que, apesar de a situação de segurança estar sob controlo, o processo de construção de confiança entre as comunidades e os ex-insurgentes ainda está em andamento.

Cipriano reforçou que a segurança no distrito tem melhorado significativamente e que a população, aos poucos, está retomando suas actividades normais, especialmente no campo agrícola.


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Hoje, temos um testemunho de Montepuez, onde o Projecto Paz e Estabilidade está a trabalhar arduamente para compreender e fazer face aos desafios causados pela insurgência em curso. Como parte da actividade, o projecto Paz e Estabilidade está a criar o que chamamos de rede de GALS champions.

Os GALS champions são membros da nossa comunidade que receberam formação para realizar workshops GALS, já mencionados nos episódios anteriores. Em termos simples, o processo GALS é uma forma de as comunidades trabalharem em conjunto para reduzir os conflitos e criar resiliência. A ideia é criar espaço para discussões abertas sobre os papeis e as relações entre homens, mulheres, rapazes e raparigas, especialmente no contexto de um conflito.

No centro de Montepuez, os campeões locais - aqueles que abraçaram a mudança nas suas vidas, estão a liderar as suas comunidades de forma inovadora. Hoje, vamos ouvir a Arminda, cujas acções estão a criar uma mudança positiva para as nossas comunidades

Num recente seminário dos GALS, Arminda, uma mãe dedicada, partilhou uma história que mudou a sua vida, não apenas sobre si própria, mas sobre como os GALS transformaram o seu dia a dia e o seu futuro.

O percurso de Arminda é inspirador. Depois de se casar e de se mudar para uma aldeia rural, sentiu que os seus sonhos estavam sendo colocados em causa. Mas, através do GALS, redescobriu a sua paixão e propôs um projecto ambicioso: um jardim de infância para a paz.

A sua ideia nasceu das suas próprias observações na sua aldeia, onde muitas crianças são deixadas sozinhas quando as mães trabalham nas machambas. Algumas crianças chegam mesmo a faltar à escola porque têm de cuidar dos irmãos mais novos. E para as mães, levar as crianças para o campo é complicado.

Mas a visão de Arminda vai para além de proporcionar um espaço seguro. Ela quer capacitar as crianças, ensinando-lhes os seus direitos e criando uma cultura de respeito e carinho. Num lugar onde o abuso de crianças é frequentemente visto como normal, Arminda está a trabalhar com os pais para repensarem a sua abordagem à educação das crianças. Ela adaptou uma das ferramentas do GALS - uma árvore que representa o papel das crianças nos seus agregados familiares mostrando como, mesmo com recursos limitados, as comunidades podem aproveitar as suas próprias forças para criar mudanças duradouras.

Tenho estado a ver que aqui na minha comunidade, as crianças ficam espalhadas em lugares inseguros quando os pais e as mães vão trabalhar na machamba. Daí pensei, se eu criasse meios de juntar aquelas crianças e organizar um pequeno lanche para elas, pelo menos duas horas de tempo.

Aqui na comunidade as crianças não tem noção de estudar por falta de iniciativas como criação de escolinhas.

A coisa positiva do meu projecto é ver a comunidade a desenvolver. Como? Enquanto eu junto as crianças, os pais vão a machamba, e irão trabalhar muito bem e à vontade, isto porque as mães quando elas vão a machamba, preocupam-se em regressar a casa mais cedo. Então, no momento em que as crianças não estão com os pais, eles irão trabalhar muito bem._

Esta não é apenas uma história de transformação pessoal. Demonstra como as comunidades podem mudar para o melhor utilizando o processo GALS, através das suas competências e capacidades existentes para criar algo melhor para todos.

Arminda está a provar que, mesmo com a ajuda do projecto Paz e Estabilidade, a esperança e a inovação podem construir futuros mais brilhantes.

É tudo por hoje. Junte-se à nós na próxima semana para mais actualizações do Projeto Paz e Estabilidade.


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