Resumo da Situação: Cabo Ligado Semanal: 1-7 de Agosto de 2022

Os ataques dos insurgentes na semana passada tiveram lugar em cinco distritos diferentes: Macomia, Mocímboa da Praia, Nangade, Meluco e Muidumbe. Dois desses ataques foram dirigidos a postos avançados das forças de segurança moçambicanas.
11 Agosto, 2022

Os ataques dos insurgentes na semana passada tiveram lugar em cinco distritos diferentes: Macomia, Mocímboa da Praia, Nangade, Meluco e Muidumbe. Dois desses ataques foram dirigidos a postos avançados das forças de segurança moçambicanas. Essa ânsia de confrontar diretamente as forças de segurança, após um intenso período de ataques a alvos civis, indica a necessidade de reabastecimento de armas e munições. 

A 7 de Agosto, os meios de comunicação social do Estado Islâmico (EI) publicaram um comunicado reivindicando a responsabilidade por um ataque a uma base das forças de segurança em Namuembe, cerca de 30 km ao sul da sede do distrito de Nangade. No comunicado, o EI alegou ter ferido vários soldados moçambicanos antes de apreender armas e munições e de se retirarem para a mata. O EI também publicou uma foto de cinco insurgentes posando em frente aos supostos despojos de Namuembe, que incluem espingardas, metralhadoras ligeiras, munições, explosivos e roupas militares. Um consultor de segurança informou que dois membros da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da polícia foram mortos no ataque. Outra fonte de segurança confirmou o incidente e acrescentou que os oficiais da UIR ali estacionados se retiraram em face do ataque.

Em Meluco, os insurgentes lançaram um ataque semelhante a uma guarnição das forças de segurança em Namituco, a pouco mais de 30 km da sede do distrito de Meluco. De acordo com um comunicado do EI, os insurgentes feriram vários soldados, queimaram o quartel e saquearam munições. Outra fonte de segurança reportou um ataque a uma base das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) em Meluco, mas não pôde fornecer mais detalhes. Um consultor de segurança afirmou que um membro das forças de segurança do governo ficou ferido no ataque, o quartel de Namituco foi destruído e uma grande quantidade de equipamentos foi roubada.

No entanto, os insurgentes também têm realizado ataques a comunidades civis. A 2 de Agosto, um grupo armado decapitou três pessoas na aldeia de Litanduca, cerca de 35 km a norte da sede do distrito de Macomia, segundo a Voz da América. Mais tarde, o EI assumiu a responsabilidade pelo ataque, divulgando nas redes sociais que havia morto três pessoas e queimado uma motocicleta na aldeia.

A 6 de Agosto, os insurgentes mataram dois civis que trabalhavam nas machambas perto da aldeia de Nantika, no distrito de Muidumbe, segundo um relato de um consultor de segurança. Após o ataque, os moradores fugiram para as aldeias de Malongha, Namacule e Muambula, onde os deslocados tinham regressado recentemente para casa.

Em Mitope, cerca de 35 km a oeste de Mocímboa da Praia, os insurgentes atacaram, matando pelo menos um, queimando várias casas e saqueando alimentos. Uma declaração do EI afirmou que os insurgentes queimaram 15 casas.

A Força de Defesa do Lesoto (LDF) anunciou em 2 de Agosto que, juntamente com a Força de Defesa Popular da Tanzânia (TPDF), iria fornecer segurança para os moradores de Chibau, cerca de 10 km ao sul da Nangade, onde insurgentes foram recentemente avistados nas machambas. Esta operação segue-se a um ataque insurgente à sede distrital de Nangade de 26 de Julho, durante o qual a LDF foi criticada por agir de forma indecisa. 

Mais detalhes do ataque ao escolta militar em Macomia vieram à tona na semana passada, na qual as forças de segurança dispararam contra um civil inocente durante a perseguição de insurgentes. De acordo com uma fonte local, o homem foi encontrado escondido no mato carregando bagagem e foi baleado por militares que assumiram que ele era um insurgente. Um consultor de segurança informou também que um membro das forças de segurança governamentais matou um civil na Nova Zambézia no dia 4 de Agosto em operações decorrentes do ataque. 

Num outro caso similar, a 3 de Agosto a polícia deteve mais de 30 homens portando catanas no distrito de Balama por suspeita de serem insurgentes. No dia seguinte, o Administrador Distrital, Edson Lino, anunciou que os 39 homens detidos eram na realidade trabalhadores da empresa madeireira MINT e que todas as acusações haviam sido retiradas.


Este artigo é excerto do Cabo Ligado Semanal, uma colaboração do Zitamar News, MediaFax e ACLED.

Receba as noticias via WhatsApp e Telegram!

Para subscrever pelo WhatsApp, clique o botão abaixo e selecione o seu idioma de preferência. Por favor, salve nos seus contactos o número do WhatsApp do Plural Media. Fique tranquilo que ninguém poderá ver o seu contacto.Para subscrever pelo Telegram, clique no botão e siga as instruções no Telegram. O seu contacto não será público.

Popular

magnifierchevron-down