Regressados a Cabo Delgado continuam com falta de serviços básicos

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14 Março, 2023

Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 14 de Março de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.

Para já os destaques:

🔸 Mocímboa da Praia reabilita porto que terroristas ocuparam

🔸 Regressados a Cabo Delgado continuam com falta de serviços básicos

🔸 População de Muatide percorre 7 km a pé para receber cuidados de saúde


A reabilitação do porto de Mocímboa da Praia, que esteve nas mãos de insurgentes em 2020, deverá custar 30 milhões de dólares, prevendo-se a conclusão da obra até meados deste ano.
"Nesta primeira fase nós estamos a falar de um investimento de cerca de seis milhões de dólares, mas no final de todo o programa de desenvolvimento calculámos um total de 30 milhões de dólares", declarou à agência de notícias Lusa o administrador Helenio Turzão, citada pela DW.

Os terroristas que ocuparam o porto e a sede de Mocímboa da Praia em Agosto de 2020, tendo ali permanecido por vários meses, devastaram toda a infraestrutura, bem como a carga de vários clientes, armazenada no local, acrescentou Helenio Turzão.

As obras da infraestrutura, que incluem a construção de um novo cais e a reabilitação do parque de contentores, começaram em Agosto de 2022 e deverão terminar em Julho, num momento em que o distrito, gradualmente, ganha vida como resultado das operações conjuntas das forças moçambicanas, do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).


Ainda faltam serviços e equipamentos públicos básicos em Palma e Mocímboa da Praia, apesar do regresso de mais de 150 mil civis, segundo um relatório publicado na última semana pelo Observatório do Meio Rural (OMR), citado pela Zitamar News.

As autoridades distritais relatam que 78.000 pessoas vivem em Palma – mais do que quando a insurgência começou em 2017 – enquanto quase 87.000 voltaram para Mocímboa da Praia, totalizando aproximadamente 70% da população de 2017.

No entanto, muitos dos que retornaram descobriram que as suas casas foram destruídas e agora têm que dormir no chão, esteiras ou tendas, adianta o relatório.

O mesmo documento refere que quatro dos oito centros de saúde de Mocímboa da Praia destruídos por ataques de insurgentes em 2020, ainda não foram restaurados.

Em Palma, 90% dos profissionais de saúde já retornaram aos seus postos de trabalho, mas o número de leitos hospitalares ainda é insuficiente.

O sistema educacional também está longe de uma recuperação total. Em Mocímboa da Praia, apenas 38% das escolas reabriram e em Palma 60%.


A população da aldeia de Muatide, Posto Administrativo de Miteda, distrito de Muidumbe, Norte da província de Cabo Delgado, está a passar mal devido à falta de serviços básicos, agravada pelo não funcionamento do Centro de Saúde local, paralisado por conta do terrorismo, desde 2020.

Segundo uma publicação a circular em grupos de WhatsApp, assinada pela rádio comunitária Tomás Nduda de Muidumbe, a população percorre 7 quilómetros até Miteda, para receber cuidados médicos primários, o que não acontecia no passado.

O Primeiro Secretário da Frelimo no distrito de Muidumbe, foi confrontado com a situação, tendo dito que o governo tem conhecimento da preocupação.

Os residentes daquela aldeia, pedem igualmente uma viatura para reforçar a operação da Força Local e a sua inclusão na recepção dos donativos que são recebidos noutras aldeias.


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