Recentes ataque de Ancuabe e movimento terrorista de Quissanga pode ameaçar regresso de deslocados
Bem-vindo a Voz de Cabo Delgado, espaço que tem para se informar melhor sobre a província de Cabo Delgado. Para esta terça-feira, 9 de Ancuabe de 2022, temos os seguintes destaques:
🔶 Administradora de Ancuabe sensibiliza população deslocada a regressar às suas casas.
🔶 Recentes ataque de Ancuabe e movimento terrorista de Quissanga pode ameaçar regresso de deslocados.
🔶EUA doam 100 milhões de dólares em apoio aos deslocados.
Para fazer face à onda de deslocados, a administradora do distrito de Ancuabe, em Cabo Delgado, esteve na manhã de terça-feira no cruzamento de Sunate, na zona de Silva Macua, a sensibilizar as centenas de pessoas a regressar à vila e às suas aldeias.
Segundo o Mediafax as pessoas correram até aquele ponto no sentido de ter acesso a algum transporte que levasse para zonas relativamente seguras.
No local, Lúcia Geraldo Namashulua tentou dar garantias à população sobre os níveis de segurança, tanto na sede distrital, assim como em outras aldeias, tendo em conta a presença significativa de elementos das Forças de Defesa e Segurança.
Fonte local, ouvida pelo mediaFAX, deu a conhecer que, na verdade, a administradora foi uma das primeiras a sair da sede distrital quando os primeiros sinais do ataque chegaram, atitude que implantou maior insegurança no seio da população que, também, carregou o que pôde e fugiu em direcção à Silva Macua para daí ter acesso a transporte que os levasse a pontos seguros.
Os ataques em Ancuabe e os recentes movimentos insurgentes em Quissanga e Meluco podem afetar a tendência de retorno dos deslocados às suas áreas de origem, anota o último relatório da ACLED, Cabo Ligado.
O documento cita a Matriz de Rastreamento de Deslocamentos da Organização Internacional para as Migrações entre 27 de Abril e 17 de Maio de 2022, que indica que cerca de 70% dos deslocados internos expressaram a intenção de retornar às suas áreas de origem.
No mesmo período, 7.800 deslocados internos regressaram aos distritos de Muidumbe, Palma e Mocímboa da Praia. Tanto o número de retornados quanto a tendência de retorno provavelmente serão impactados pelos incidentes em Ancuabe, Quissanga e Meluco, vinca o Cabo Ligado.
Entretanto, os desafios em fornecer assistência alimentar aos deslocados já estão a ser sentidos na vila de Macomia, onde os deslocados dos últimos ataques a Chicomo, Licangano e Nkoe em 22 e 23 de Maio foram forçados a retornar às suas aldeias devido à completa falta de assistência alimentar e outros apoios. Aqueles que retornaram, encontraram as suas casas destruídas ou queimadas, bens saqueados e suprimentos vandalizados.
O Governo norte-americano vai garantir o desembolso de 100 milhões de dólares para apoiar famílias deslocadas em consequência dos ataques terroristas em Cabo Delgado.
Segundo a Rádio Moçambique, o anúncio foi feito na segunda-feira, 6 de Junho, em Nampula, pelo embaixador dos Estados Unidos da América, em Moçambique, Peter Wrroman, após o encontro que manteve com o secretário de Estado daquela província, Mety Gondola.
Devido à redução da ajuda humanitária, em Cabo Delgado, as famílias deslocadas já se queixam de fome, situação agravada pelo actual custo de vida.
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