Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 17 de Janeiro de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.

Para já os destaques

◾️Defensores de direitos humanos criticam militares sul africanos por queima de cadáveres

◾️Força do Ruanda estende-se para Ancuabe

◾️Raptado mais um comerciante em Nangade

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Analistas políticos e defensores de direitos humanos moçambicanos criticaram a conduta de militares sul-africanos, que aparecem num vídeo supostamente a queimar cadáveres, na província de Cabo Delgado.

Falando à VOA, o analista moçambicano, Samuel Simango, que acompanha o conflito em Cabo Delgado, defende que faltou ética por parte da tropa sul-africana, a maior contribuinte da força regional que combate o terrorismo, em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

Simango, que é professor universitário, alerta que a acção pode perigar os esforços do governo para que os rebeldes arrependidos se entreguem às autoridades.

Por sua vez, o defensor de direitos humanos, Raul Feniasse, disse ser necessário tomar medidas para que estes actos sejam corrigidos.

Os militares sul-africanos foram destacados para Cabo Delgado sob os auspícios do bloco regional da SADC, em 2021, para apoiar os militares moçambicanos na luta contra os militantes islamistas.

As Forças de Defesa do Ruanda (FDR) acrescentaram o distrito de Ancuabe às suas áreas de acção contra os insurgentes do Estado Islâmico, para além dos distritos de Palma e Mocímboa da Praia.

Segundo a Zitamar news, o Ministério da Defesa Ruandês emitiu um comunicado de imprensa, a 23 de Dezembro de 2022, dando a conhecer a visita do Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Almirante Joaquim Mangrasse, ao novo destacamento das forças de segurança ruandesas, em Ancuabe.

O porta-voz da RDF, Brigadeiro-General Ronald Rwivanga, confirmou na quinta-feira à Zitamar que se trata de um novo sector da responsabilidade dos ruandeses, como Palma e Mocímboa da Praia, onde a RDF está sediada desde o seu primeiro destacamento em Cabo Delgado, em Julho de 2021.

A responsabilidade pela assistência às FADM, nas operações de contra-insurgência em cada um dos distritos de Cabo Delgado, é repartida entre a RDF e os vários militares ao serviço da Missão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM).

A RDF já realizou anteriormente operações conjuntas para além dos seus setores formais de responsabilidade, nomeadamente no distrito de Macomia, mas apenas para prestar apoio temporário.

Raptos, alegadamente protagonizados por agentes da Unidade de Intervenção Rápida - UIR, estão a preocupar a população e, em particular, agentes económicos da sede do distrito de Nangade, norte de Cabo Delgado.

Um comerciante local disse à "Carta" que o mais recente rapto foi na noite de sábado findo e a vítima é um agente económico bastante conhecido a nível de Nangade-sede.

Contou que, por volta das 20 horas, homens fortemente armados e que se acredita serem elementos da Unidade de Intervenção Rápida-UIR, invadiram a casa do comerciante, localmente conhecido por Anassi, no bairro Ndengamade e levaram-no para parte desconhecida.

Segundo a "Carta", outros comerciantes que nos últimos dias regressaram a Nangade-sede depois de terem se refugiado na Tanzânia, são quase todos dias ameaçados e obrigados a dar dinheiro aos agentes da UIR, que ameaçam matá-los ou associá-los ao terrorismo.

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