Quase três anos depois, pescadores regressam à pesca em Mucojo
Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 29 de Novembro de 2022. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.
Para já os destaques:
🔸 Decapitadas cinco pessoas no posto administrativo de Nairoto, em Montepuez
🔸 Quase três anos depois, pescadores regressam à pesca em Mucojo.
🔸 Governo já submeteu ao parlamento intenção de legalizar a força local
Cinco pessoas, todas do sexo masculino, foram decapitadas na quarta-feira passada e os corpos abandonados numa machamba próxima da sede do posto administrativo de Nairoto, no distrito de Montepuez, sul de Cabo Delgado.
Há duas versões sobre a morte das cinco vítimas. Uma versão sugere que as vítimas eram camponeses que estavam a trabalhar nas suas machambas quando foram encontrados por um grupo de terroristas, que os decapitou ali mesmo.
A outra versão, a que "Carta" teve acesso, aponta que as vítimas eram membros da Força Local, também conhecidos por "Namparamas", que foram capturados depois de forte perseguição pelos terroristas.
Esta versão foi apresentada à Carta numa conversa telefónica com o Chefe do Posto administrativo de Nairoto, Inocêncio Atanásio Mulungo.
Ele disse que as cinco pessoas, todas da Força Local, eram naturais da aldeia Nanhupo, e foram decapitadas depois de uma perseguição dos terroristas, na zona do rio Manhe, a cerca de 4,5 quilómetros da sua povoação.
Um grupo de pescadores foi na última semana à pesca no posto administrativo de Mucojo, distrito de Macomia, centro de Cabo Delgado, mas segundo o MediaFax, mediante vigilância e cobertura permanente das Forças de Defesa e Segurança (FDS).
Aquele jornal refere que a pesca em Mucojo, depois de um interregno de 3 anos, está a acontecer desde o dia 24 de Novembro corrente.
Cerca de oitenta pessoas, devidamente seleccionadas e registadas, saíram da vila de Macomia à Mucojo, na quinta-feira passada e o trabalho deverá durar uma semana.
O grupo de pescadores que foi a Mucojo,inclui líderes locais, que melhor conhecem a população, para tentar evitar que infiltrados façam parte dos grupos autorizados a pescar.
O Governo moçambicano pretende a legalização do recurso à força local em situações de conflito armado no país e já depositou uma proposta no Parlamento.
Segundo o jornal Notícias, o Governo submeteu à Assembleia da República uma proposta de aditamento à lei da defesa nacional e das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), em que chama a si a organização e funcionamento da força local.
No documento, de acordo com o porta-voz do Executivo, Filimão Suaze, a força local é constituída por "membros da comunidade de uma circunscrição de base".
A proposta entregue ao Parlamento na semana finda, preconiza que a referida força actue sob subordinação do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.
O analista de política moçambicana, Custódio Duma, não vê justificativa suficiente, para o governo legalizar a força local, no conflito em curso em Cabo Delgado, e adverte que o combate ao terrorismo requer o uso da força especializada, com base em experiências de outros países.
Custódio Duma, que falava em entrevista à DW, vê um perigo eminente de uma situação que poderá provocar a violação dos direitos humanos, insegurança e até vingança entre as partes, uma vez que alguns insurgentes são da província de Cabo Delgado.
O analista entende que o envolvimento da população de Cabo Delgado, no combate ao terrorismo, está na criação dec mecanismos para que a população possa contribuir com informações e denúncias como suporte e retaguarda às FDS no terreno.
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