Presidente intenerante procura garantir gás à região

O presidente moçambicano está a voar pelo mundo para reforçar apoio à intervenção militar e abrir caminho para a produção do gás
13 Fevereiro, 2022

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, teve pouco tempo para celebrar o seu aniversário na Terça-feira, visto ter estado a voar pelo mundo a fazer negócios para manter o espectáculo da contra-insurgência em Cabo Delgado em marcha.

O seu frenezim diplomático começou em finais de Janeiro quando recebeu o PCA da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, que prometeu retomar a produção do gás logo que a situação de segurança tiver sido resolvida. Há biliões de dólares em jogo para Moçambique, que está a contar com a bênção do gás para financiar o desenvolvimento futuro – e pagar a dívida existente, cuja maior foi adquirida como resultado da corrupção.

Depois que o exército moçambicano não conseguiu conter o conflicto, a melhor aposta de Nyusi é assegurar que as intervenções militares das forças ruandesa e da África Austral continuem com homens no terreno.

Para tanto, Nyusi celebrou o Dia dos Heróis Moçambicanos na sua cidade natal de Mueda, em Cabo Delgado, com o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, como o convidado de honra. Conjuntamente inspeccionaram as tropas contribuidas pelos membros da SADC, incluindo a África do Sul, ao esforço militar.

De lá, Nyusi vôou até Addis Abeba para a conferência da União Africana. Dias antes, o Conselho da Paz e Segurança da UA tinha adoptado uma resolução elogiando a contribuição da SADC e da Ruanda, que também contribuíu com tropas – e apelando aos membros da UA e seus “parceiros” a apoiarem essas missões.

A UA saudou o apoio de Ruanda, em particular, como uma “solução africana para problemas africanos” – embora requeira financiamento externo para continuar. A Ruanda solicitou à Uniáo Europeia para financiar a missáo. O bloco está “determinado a responder favoravelmente,” segundo um funcionário sénior.

Para reforçar a solicitação, Nyusi voltou a subir o seu jacto fretado em Addis Abeba e partiu para Bruxelas para um encontro com o chefe da política externa da UE, Josep Borrell. De lá vôou à Kigali para uma audiência com o Presidente ruandês, Paul Kagame – quem havia antes assinado um “acordo de colaboração” com o PCA da TotalEnergies, Pouyanné. Nessa mesma tarde, partiu para beira para se encontrar com o Presidente zimbabweano, Emmerson Mnangagwa.

Nyusi pode ser o president de Moçambique, mas no que tange à insurgência em Cabo Delgado, não é o único que está ao leme da empreitada.

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