População regressada a Pangane volta a fugir dos terroristas
Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 26 de Setembro de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.
Para já os destaques:
🔸 População regressada a Pangane volta a fugir dos terroristas
🔸 Mais de 200 mil crianças regressaram às suas casas com os seus familiares
🔸 Ministro do Interior garante haver condições para as eleições autárquicas em Cabo Delgado
Mais de cem civis fugiram da aldeia de Pangane, no distrito de Macomia, em Cabo Delgado, enquanto os insurgentes tentavam raptar e coagir os habitantes locais a juntarem-se às suas fileiras, disseram fontes locais à Zitamar News.
O êxodo começou a 20 de Setembro, quando os insurgentes chegaram à aldeia de Pangane e raptaram cerca de 30 civis, incluindo o chefe da comunidade piscatória.
Uma fonte afirmou que os insurgentes apareceram em uniforme militar e tentaram tranquilizar os aldeões, dizendo que não havia necessidade de fugir e que não estavam lá para matar ninguém.
Os insurgentes tentaram recrutar 100 homens e 100 mulheres e levá-los para a floresta, disse uma fonte local à Zitamar. As autoridades locais ordenaram aos civis que evacuassem Pangane e todos, excepto os pescadores, foram instruídos a abandonar também a aldeia vizinha de Mucojo.
A maioria fugiu para a sede do distrito de Macomia, a cerca de 50 quilómetros de distância, enquanto outros chegaram de barco à ilha das Quirimbas.
Pangane tem sido regularmente visitada por insurgentes desde Março, principalmente para comprar mantimentos e, em grande parte, estes abstiveram-se de praticar violência contra civis.
Cerca de 260.000 crianças regressaram com os seus familiares aos distritos de Palma, Mocímboa da Praia, Quissanga, Macomia e Muidumbe, outrora sob ataques de terroristas, mercê da melhoria da situação de segurança naqueles pontos de Cabo Delgado.
No total, 540.958 pessoas já voltaram para as suas zonas de origem, de onde tinham fugido devido aos ataques terroristas.
Segundo o jornal "Notícias", os dados foram avançados a semana passada, em Pemba, pelo Secretário de Estado em Cabo Delgado, António Supeia, durante o seminário de divulgação do Atlas Provincial da Criança, do Instituto Nacional de Estatística (INE), que contou com apoio do UNICEF.
Segundo Supeia, o Atlas Provincial da Crianças é um instrumento que vai ajudar a formulação de políticas e programas para a
melhoria das condições de vida da população, em especial da criança.
Apesar do clima de insegurança nas regiões afectadas pelo terrorismo, na província de Cabo Delgado, o Ministro do Interior, Pascoal Ronda, garantiu estarem criadas todas as condições para a realização das eleições Autárquicas, marcadas para 11 de Outubro.
“Estão criadas condições de segurança e há um trabalho árduo das Forças Armadas de Defesa e Segurança de Moçambique para que tudo decorra da melhor forma possível”, frisou o Ministro citado pela Zumbo FM. Referiu que durante a sua visita a Palma, Mocímboa da Praia e Afungi notou que há um clima de estabilidade.
Pascoal Ronda falava neste sábado, 23 de Setembro, numa conferência de imprensa realizada no Comando Provincial, no âmbito da visita que efectua à província de Cabo Delgado, que visa essencialmente aferir a prontidão dos agentes da Lei e Ordem a nível da província.
A garantia é dada numa altura em que se registam ataques de terroristas no distrito de Mocímboa da Praia, nomeadamente à aldeia de Naquitengue, onde 12 pessoas foram assassinadas e vários bens da população foram roubados.
O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, agradeceu na quinta-feira o apoio do governo dos Estados Unidos da América aos esforços de Moçambique no combate ao terrorismo, na província de Cabo Delgado, no norte do país.
Face aos avanços alcançados fruto deste apoio, o estadista e Comandante-chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique encorajou o prosseguimento desta parceria.
O Presidente agradeceu o contributo americano, numa palestra que proferiu no Colégio Nacional de Guerra, em Washington, para partilhar a experiência do país, na resolução de conflitos.
Dirigindo-se aos militares e cadetes do The National War College, o Presidente Nyusi fez uma retrospectiva dos processos para o alcance de paz em Moçambique, desde a luta armada de libertação nacional, passando pela guerra civil e os sucessivos acordos de paz entre o Governo e a Renamo, até aos desafios do momento impostos pelo terrorismo e extremismo violento, em Cabo Delgado.
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