População de Mocímboa da Praia desvaloriza autoridade moçambicana

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11 Abril, 2023

Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 11 de Abril de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.

Para já os destaques:

🔸 População de Mocímboa da Praia desvaloriza autoridade moçambicana

🔸 Aprovado decreto que legaliza forças locais

🔸 CDD acusa empresas mineiras de não contribuirem para a melhoria de vida das comunidades em Montepuez


A população regressada ao distrito de Mocímboa da Praia, particularmente na sede distrital, norte de Cabo Delgado, está, a cada dia que passa, a emitir sinais que localmente têm estado a ser descritos como “extremamente perigosos”, considera o jornal Mediafax na sua edição desta segunda-feira.

Trata-se da desvalorização acentuada e progressiva da autoridade do Estado moçambicano, a partir das Forças de Defesa e Segurança até a sectores da administração civil, a favor da autoridade imposta por unidades das Forças de Defesa do Ruanda.

Segundo o MediaFax, o ponto é que a população local não confia nos militares das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, assim como nos agentes da Polícia da República de Moçambique estacionados naquele ponto do país.

Segundo o MediaFAX, não se trata somente de queixas da população aos ruandeses, sempre que elementos das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique praticam actos de abuso de poder ou extorsão.

A desvalorização chegou a níveis em que a população local está agora a mostrar sinais de desobediência às autoridades do Estado moçambicano, tudo porque entende que as RDF é que são de verdadeira e total confiada, naqueles pontos do país.

Em Mbau, um posto administrativo de Mocímboa da Praia, que já chegou a acolher, por cerca de um ano, uma das mais importantes bases de terroristas, a população ali regressada tem estado a dizer publicamente que, no dia em que os ruandeses rumarem de regresso à sua terra, também [a população] vai sair porque não quer ficar a ser escravizada pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.


A organização não governamental moçambicana CDD, acusa as empresas mineiras Fura e Gemrock, de não estarem a contribuir para a melhoria de vida das comunidades do distrito Montepuez, em Cabo Delgado, apesar da facturação em milhões de dólares.

Segundo o CDD, as duas empresas que operam na extracção de pedras preciosas em Montepuez, são conhecidas pelo fraco compromisso no respeito de direitos humanos e precarização das condições dos seus trabalhadores.

Aquela ONG sublinha que empresas como a Fura Gems e a Gemrock que são pouco conhecidas, comparativamente à Montepuez Ruby Mining (MRM), igualmente extraem desenfreadamente recursos em Montepuez, sem declararem, com transparência, as suas operações e os seus ganhos, privando as populações locais de usar os seus recursos para o desenvolvimento.


Moçambique legalizou a criação de milícias locais sob o comando das forças armadas, para ajudar a combater os militantes islâmicos na província norte de Cabo Delgado.

Segundo a Voz de América, o decreto foi aprovado e anunciado na quarta-feira. O governo tinha obtido a aprovação parlamentar para esta mudança em Novembro, após o Ministério da Defesa ter admitido que o exército moçambicano não podia lidar sozinho com os insurgentes.

As milícias locais de autodefesa já ajudam as forças armadas e contingentes militares moçambicanos, do Ruanda e de alguns países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral na luta em Cabo Delgado, província rica em gás natural.

A VOA citou o porta-voz do Governo, Filimão Suazi, dizendo que a força das milícias locais será formalizada para reforçar o papel das forças de defesa e segurança no combate e na contenção da propagação das incursões dos militantes islamistas, protegendo os assentamentos comunitários e as infra-estruturas públicas e privadas.

Acrescentou que o decreto permitirá uma melhor estruturação, organização e apoio logístico às milícias locais de autodefesa.

Em cinco anos, o conflito em Cabo Delgado já deslocou mais de 1 milhão de pessoas, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, e causou perto de 5.000 mortes, segundo o Projecto de Dados de Localização e Eventos de Conflitos Armados.


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