População de aldeias de Muidumbe em fuga devido aos ataques terroristas

Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 1 de Novembro de 2024. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média em parceria com o projecto de Promoção da Paz e Estabilidade em Cabo Delgado.
Para já os destaques:
🔸 Terroristas voltam a matar em Cabo Delgado
🔸 Um morto durante manifestação na cidade de Montepuez
🔸 População de aldeias de Muidumbe em fuga devido aos ataques terroristas
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Insurgentes que protagonizam ataques em Cabo Delgado mataram, no dia 22 de Outubro, pelo menos três pessoas na aldeia de Awasse, no distrito de Mocímboa da Praia.
A informação é avançada pelo Zitamar News, que refere que o ataque aconteceu por volta das 21h, quando os insurgentes igualmente queimaram várias casas. As forças ruandesas responderam prontamente ao incidente, mas os insurgentes já tinham partido quando chegaram.
Este é o primeiro grande ataque insurgente registado em Cabo Delgado desde Agosto.
Por outro lado, o jornal Integrity Magazine News relata que no domingo passado, uma pessoa foi decapitada na aldeia Homba no distrito de Macomia, enquanto a agência Lusa, que cita fontes locais, refere que três pessoas foram encontradas mortas na margem do rio Messalo do lado do distrito de Macomia.
As manifestações de repúdio aos resultados eleitorais em Montepuez, no sul da província de Cabo Delgado, resultaram, na nesta sexta-feira, em uma morte e várias pessoas feridas após confrontos intensos entre manifestantes e as forças de defesa e segurança.
Segundo a Zumbo FM, em diferentes pontos da cidade, manifestantes ergueram barricadas nas estradas, queimaram pneus e enfrentaram a polícia e os militares.
No bairro Mapai, as forças policiais dispararam contra manifestantes, deixando um morto e um ferido, segundo um morador entrevistado pela Zumbo FM.
Os residentes das comunidades Mapate e Mandela, no distrito de Muidumbe, província de Cabo Delgado, abandonaram suas casas, após o assassínio de três pescadores no sábado passado.
De acordo com a Lusa, a fuga da população começou quando os populares encontraram três corpos de pescadores com sinais de degolação, nas margens do rio Messalo, do lado do distrito de Macomia.
Os populares buscaram refúgio nas matas da localidade de Nanhala, distrito de Mueda.
O distrito de Muidumbe é um dos que regista regresso considerável do número de famílias às suas zonas de origem.
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Hoje vamos destacar algumas iniciativas incríveis de membros da comunidade local que estão a trabalhar para transformar as suas comunidades com o apoio do projecto Paz e Estabilidade.
Iremos ouvir sobre as iniciativas de Mueda e Mocímboa da Praia, que mostram como indivíduos dedicados estão a resolver a questão da falta de água, a construir a paz e a capacitar as famílias locais. As suas ideias estão no centro do que é o projecto Paz e Estabilidade - que traz soluções lideradas pela comunidade para problemas locais.
O processo GALS é uma forma de as comunidades trabalharem em conjunto para reduzir os conflitos e criar resiliência. A ideia é criar espaço para discussões abertas sobre os papeis e as relações entre homens, mulheres, rapazes e raparigas, especialmente para o fim do conflito.
De volta aos projectos
Em Mueda, temos Samuel Américo, um jovem de 29 anos, pai de quatro filhos, empenhado em melhorar o acesso da sua comunidade à água potável.
A iniciativa de Samuel, Medi La Venentete, ou “Água do Povo”, aborda a grave escassez de água do distrito através da criação de reservatórios de água a preços acessíveis.
O seu objectivo? Tornar a água potável acessível a mais de 250 famílias em Mueda a preços acessíveis, diminuindo o tempo de deslocação para obter água e trazendo o precioso líquido para mais perto de casa.
Os esforços de Samuel são uma ponte de salvação para as famílias, melhorando a higiene, apoiando a construção local e ajudando a economia de Mueda.
Além disso, ao reunir os habitantes locais todos os fins-de-semana para reuniões comunitárias, Samuel promove não só a água limpa, mas também a paz, a igualdade e a capacitação.
<<Este projeto que eu submeti por conta de na nossa comunidade, vila de Mueda, haver muita falta de água.
No local onde irei colocar esse sistema de água, irei ajudar as populações a ter água. Além desses colegas que vendem água muito cara, eu vou vender a um preço baixo para poder ajudar as populações que vivem aqui onde estou.
O projecto irá trazer a união na zona >>
Agora vamos a Mocímboa da Praia, onde o projecto “Fonte da Paz” da Fina está a resolver o problema do acesso à água no bairro da Pamunda, ao mesmo tempo que constroi uma comunidade segura e inclusiva.
A visão da Fina inclui um ponto de água único equipado com quatro torneiras para simplificar o acesso e dar prioridade a grupos como os idosos e as mulheres grávidas.
Esta abordagem cuidadosa assegura o acesso equitativo à água a cerca de 3.000 pessoas, reforçando a coesão da comunidade.
O compromisso de Fina vai mais longe: está a capacitar as mulheres através de um grupo de poupança, a promover a resiliência e o planeamento financeiro utilizando as ferramentas GALS e a realizar eventos comunitários que promovem a paz através da música, dança e diálogo locais.
Este projecto reflecte a missão mais ampla do PSMP: soluções sustentáveis que elevam comunidades inteiras.
<<Primeiro vou começar com 15 mulheres e sucessivamente irei aumentar o número e com o grupo de poupança teremos encontros. Dependerá da forma como a comunidade exercerá as suas actividades. Vamos ter dois encontros por mês, assim é quase de quinze em quinze dias.
Podemos ter o mesmo grupo de poupança em que podemos fazer palestras nas comunidades, sensibilizar as mulheres a aderirem no grupo de poupança e a finalidade é de incluir a mulher na sociedade e viver o bem-estar na sua comunidade, ver a mulher a evoluir.
É para que a mulher desenvolva nas suas actividades assim como o empoderamento da mulher na sociedade para não existir a desigualdade no gênero>>
A nossa última história leva-nos de volta a Mueda, onde Ernestina Daniel está a lançar o projecto Tulikulumuwe. O seu objectivo? Levar água potável a preços acessíveis a Nandimba, ao mesmo tempo que aborda a problemática dos casamentos prematuros e constroi uma comunidade pacífica e unida.
O plano de Ernestina é criar um cisterna de água para satisfazer as necessidades diárias de água, tudo a um preço que a comunidade possa pagar. Mas este projecto é mais do que uma questão de água.
Através de centros de debate e fóruns comunitários, Ernestina está a utilizar as ferramentas do GALS para incentivar o diálogo social, promover a igualdade de género e reduzir as taxas de casamento precoce.
O trabalho de Ernestina realça a natureza interligada dos recursos, da igualdade e da educação.
Ao abordar as questões sociais a par das necessidades básicas, está a promover uma comunidade resiliente capaz de crescer e de se adaptar em conjunto.
Os projectos de Samuel, Fina e Ernestina demonstram o poder da mudança liderada pela comunidade. A sua dedicação reflecte a missão central dos projectos de Paz e Estabilidade de construir comunidades sustentáveis, elevar as famílias e promover a paz.
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