PMA retoma apoio após ataque de seu camião em Metuge
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Para já os destaques:
🔸 Operações de grafite de Ancuabe paralisada há mais de dois anos
🔸 Vítimas de Ciclone Chido reclamam falta de apoio de tudo
🔸 PMA retoma apoio após ataque de seu camião em Metuge
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A mina de grafite localizada no distrito de Ancuabe encontra-se paralisada há dois anos e ainda não há previsão para a retoma das atividades, colocando em perigo cerca de 100 trabalhadores locais.
Segundo a Zumbo FM, o governo do distrito de Ancuabe não forneceu informações sobre os motivos da suspensão das atividades nem a respetiva previsão de retoma, segundo o Secretário Permanente do distrito, Saide Amade.
A paralisação tem afetado profundamente a economia local, que dependia das operações da mina como uma das principais fontes de emprego e rendimento.
A mina de grafite de Ancuabe iniciou a sua atividade a 28 de junho de 2017 e foi vista como uma grande oportunidade de desenvolvimento para a província de Cabo Delgado.
A mina é operada pela GK Ancuabe Graphite Mine, uma subsidiária da empresa alemã AMG Graphit Kropfmühl GmbH, com um investimento de 12 milhões de euros numa área de aproximadamente 24 mil hectares.
Várias vítimas do Ciclone Chido continuam a queixar-se da falta de apoio, pois ficaram sem abrigo, sem comida e sem suprimentos essenciais, numa altura em que o governo e os seus parceiros estão longe de minimizar as necessidades nos distritos de Pemba, Mecufi, Metuge e Mecufi.
Segundo um blogue intitulado Mozanorte, desde o ciclone, ninguém conseguiu recuperar totalmente, o que aumentou o nível de pobreza e fome nessas famílias, uma vez que as suas necessidades continuam a ser numerosas. Até hoje, as famílias continuam sem receber qualquer apoio.
O blogue refere que, numa reunião do Comité de Operações de Emergência, o Secretário de Estado António Supeia e o Governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, reconheceram que estas famílias atravessam um momento difícil devido à falta de apoio, mas enfatizaram a necessidade urgente de criar condições para aliviar o seu sofrimento.
Por sua vez, o delegado do INGD em Cabo Delgado, Marques Naba, também reconheceu a situação das vítimas do Ciclone Chido, mas afirmou que a sua equipa está a trabalhar para estabelecer parcerias que aliviem as dificuldades enfrentadas por essas pessoas.
Neste momento, 50 mil famílias correspondentes a 350 mil pessoas necessitam de apoio humanitário urgente.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) retomou as operações na província de Cabo Delgado na terça-feira, após ter suspendido as atividades por uma semana, devido a um ataque a um dos seus camiões que transportava ajuda para as vítimas do Ciclone Chido.
Segundo o Zitamar News, o camião foi atacado e saqueado na área de Ntocota, no distrito de Metuge, no dia 29 de dezembro.
Os perpetradores, que ainda não foram identificados publicamente, roubaram alimentos de emergência destinados às comunidades afetadas pelo Ciclone Chido, incluindo arroz, ervilhas partidas e óleo vegetal, informou o PMA à Zitamar News.
"As operações humanitárias foram temporariamente suspensas em Cabo Delgado em 29 de dezembro de 2024. Após uma avaliação detalhada da situação, as operações foram retomadas a 6 de Janeiro de 2025", declarou o PMA num comunicado.
"O PMA está ativamente engajado com as autoridades locais para resolver este incidente e continuará a defender a proteção das operações humanitárias, garantindo a entrega segura de assistência àqueles que necessitam", acrescentou.
O administrador do distrito de Metuge, Salésio Manuel Paulo, disse à Rádio Moçambique que os atacantes aterrorizam as aldeias de Nacopo e Nicavaco antes de roubar o camião.
Bem-vindos, caros ouvintes! Hoje, vamos discutir uma história motivacional do Programa Paz e Estabilidade - um projeto que está a mudar vidas e a construir comunidades mais fortes e seguras em Cabo Delgado
Vamos dar destaque a uma extraordinária iniciativa que está a trazer mudanças duradouras ao Posto Administrativo de Mirate - chama-se Paz na Poupança em Unidades Comunitárias.
Este projeto tem como objetivo capacitar as comunidades através do poder dos grupos de poupança, promovendo a paz e impulsionando o desenvolvimento a partir da comunidade.
Então, qual é a história por detrás de Paz na Poupança em Unidades Comunitárias?
Bem, o Posto Administrativo de Mirate enfrenta desafios, não porque as pessoas não tenham recursos ou grupos de poupança, mas porque há uma falta de iniciativas que possam ajudar as pessoas a transformar os seus sonhos em realidade.
É aqui que o projeto intervém - formando grupos de poupança e fornecendo as competências e ferramentas para canalizar essas poupanças para actividades que melhorem tanto as famílias como a comunidade em geral.
E não se trata apenas de poupar dinheiro. Trata-se de criar paz, confiança e cooperação entre os membros, assegurando que toda a comunidade possa crescer mais forte em conjunto.
Agora, vamos ver como funciona este projeto.
Na sua primeira fase, serão criados 6 grupos de poupança em 5 aldeias, incluindo a Unidade Sede, Eduardo Mondlane, Namitil, Ncorrorro e Newara. A Unidade Sede, com a sua maior população, terá dois grupos.
No total, são 180 membros, maioritariamente mulheres, com idades compreendidas entre os 18 e os 55 anos, todos a contribuir e a beneficiar destas iniciativas de poupança.
Mas isto é mais do que apenas números. Todos os participantes receberão formação especializada na metodologia GALS - o Sistema de Aprendizagem de Ação de Género, algo de que já falámos em programas anteriores. Trata-se de um sistema comprovado que ajuda as pessoas a planear a sua visão do futuro, a ultrapassar desafios e a promover a paz nas suas comunidades.
O que é que se segue?
Construir um Centro Comunitário para a Paz
A construção começa em novembro num terreno no Bairro Cimento da Unidade. Este centro irá proporcionar um espaço para formação, diálogo e partilha de experiências.
Enquanto o centro está a ser construído, as sessões serão realizadas num abrigo comunitário, assegurando que o progresso nunca abranda.
A partir de dezembro, cada grupo de poupança receberá 8 sessões de formação, abrangendo ferramentas como a Caminhada da Visão, a Árvore do Equilíbrio de Género e a Árvore da Paz.
Não se trata apenas de gestão financeira - trata-se de fomentar a confiança, o diálogo e o respeito entre os participantes.
Claro que, como qualquer projeto ambicioso, existem desafios. O clima, a resistência às taxas de inscrição e até hábitos como o consumo de álcool podem atrasar as coisas. Mas a equipa por detrás do Paz na Poupança em Unidades Comunitárias tem a experiência e a dedicação necessárias para ultrapassar estes obstáculos.
Os organizadores trabalham com grupos de poupança desde 2018, organizando mais de 300 pessoas e realizando mais de 400 réplicas de treinamento. Trazem não apenas experiência, mas um profundo compromisso com o empoderamento da comunidade.
Porque é que isto é importante?
Porque este projeto é muito mais do que poupanças. Trata-se de construir um futuro onde as famílias prosperam, as comunidades se unem e a paz se torna um modo de vida.
Utilizando ferramentas como a Árvore da Paz, o projeto aborda questões reais como a violência doméstica, o roubo e o conflito - criando bairros mais seguros e laços mais fortes entre as pessoas. E ao reinvestir as poupanças na comunidade, estes grupos estão a criar oportunidades para todos.
E a melhor parte?
Isto é apenas o começo! O objetivo é expandir de 6 grupos de poupança na primeira fase para 12 grupos na fase seguinte. Isto significa que ainda mais famílias e comunidades irão sentir os benefícios.
À medida que olhamos para o futuro, o projeto também planeia partilhar os seus resultados com governos e organizações locais, espalhando a palavra e inspirando outros a adotar iniciativas semelhantes.
Fique atento aos futuros programas Paz e Estabilidade, onde lhe daremos a conhecer as histórias das pessoas que fazem parte desta incrível jornada. Desde os desafios que enfrentaram até às vitórias que alcançaram.
Até lá, vamos continuar a apoiar projectos locais que constroem comunidades mais fortes e pacíficas.
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