Mortos, feridos e equipamento militar “arrancado”

As últimas semanas estão a ser bastante difíceis para as Forças de Defesa e Segurança (FDS) posicionadas em vários cantos de Cabo Delgado, com particular incidência para as densas matas do distrito de Macomia, região centro da província que está a ser martirizada pelo terrorismo já lá vão quase seis anos.
14 Agosto, 2023

O ministro da Defesa Nacional, Cristovão Chume, na última e recente visita a Cabo Delgado já tinha reconhecido e dito publicamente que os grandes desafios da reposição da ordem na província estavam concentradas no distrito de Macomia, tendo em conta a contínua existência de zonas que apontam para circulação intensa de grupos terroristas.

Dito e feito. Uma semana depois dos pronunciamentos, uma emboscada terrorista a uma patrulha das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) resultou em, pelo menos, dez militares mortos, outros tantos feridos e armamento capturado. Esta ocorrência teve lugar nos primeiros dias de Julho, na localidade de Ilala/Cobre, posto administrativo de Quiterajo, em Macomia. Na mesma região, seguiram-se outros ataques considerados de ”pequena monta”.

Já mais recentemente, a 8 do corrente mês, uma nova e grande incursão terrorista incidiu sobre a base das Forças de Defesa e Segurança, instalada na densa floresta de Katupa, também em Macomia. Esta base, instalada pelas Forças de Defesa e Segurança depois da expulsão, em Julho do ano passado, 2022, de terroristas que estavam instalados naquele local.

Na altura, e segundo deu a conhecer o Presidente da República e Comandante-Chefe das FDS, Katupa era uma das bases centrais dos grupos terroristas. Portanto, é sensivelmente 12 meses depois da captura que os terroristas regressam e, em contra-ofensiva, conseguem matar, ferir, capturar diversos equipamentos bélicos e ainda incendiar as pequenas infra-estruturas construídas de material precário e local.

Os canais de propaganda do grupo terrorista publicaram imagens do ataque, de onde se pode ver, pelo menos oito corpos de militares estatelados, número considerável de equipamentos bélicos deixado pelos militares e a ser tomado pelos terroristas, assim como barracas em chamas.

A posição terá sido recuperada tempo depois pelas Forças de Defesa e Segurança, acção que permitiu, igualmente, a recuperação de corpos de militares perecidos.

No mesmo dia, uma posição das Forças de Defesa e Segurança foi atacada na região de Litapata, distrito de Muidumbe, norte da província. O mediaFAX não conseguiu apurar os danos resultantes, mas soube que um grupo das Forças de Defesa do Ruanda (RDF, na sigla em inglês) teve de ir prestar apoio à posição.

Ao longo do fim-de-semana, o mediaFAX recebeu, igualmente, indi- cações sem detalhe, de uma embosca- da contra uma patrulha das Forças de Defesa e Segurança na zona do Quinto Congresso, distrito de Macomia.

Ainda em Macomia, ao longo da semana passada, um grupo considerado “numeroso” de terroristas “visitou” a aldeia Pangane, posto administrativo de Mucojo. Na interacção com populares regressados àquela região do litoral de Macomia, os terroristas, descritos como integrando muitas crianças soldado, disseram que estavam dispostos a qualquer confronto com as Forças de Defesa e Segurança.

O grupo, depois de comprar mantimentos que queria, regressou para as matas, onde se acredita que as suas bases estejam instaladas.(Redacção)

Texto co-produzido com a Zitamar News no âmbito do projecto Cabo Ligado, em parceria com a ACLED. A presente matéria é da inteira responsabilidade do mediaFAX

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