Macomia e Muidumbe continuaram a registar insegurança na última quinzena de julho
Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 15 de Agosto de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.
Para já os destaques:
🔸 FADM sofrem novo ataque no interior do distrito de Macomia
🔸 Moçambique e Quénia reforçam cooperação militar para parar o terrorismo
🔸 Macomia e Muidumbe continuaram a registar insegurança na última quinzena de julho
À 8 do corrente mês, uma nova incursão terrorista incidiu sobre a base das Forças de Defesa e Segurança, instalada na densa floresta de Katupa, em Macomia, depois da expulsão, em Julho do ano passado, 2022, tendo resultado em vários danos humanos e materiais, refere o Jornal Mediafax esta segunda-feira.
Segundo o Mediafax, os canais de propaganda do grupo terrorista publicaram imagens do ataque, de onde se pode ver, pelo menos oito corpos de militares estatelados, diversos equipamentos bélicos deixado pelos militares e a ser tomado pelos terroristas, assim como barracas em chamas.
Refere o jornal que depois a posição terá sido recuperada tempo depois pelas Forças de Defesa e Segurança, acção que permitiu, igualmente, a recuperação de corpos de militares perecidos.
No memo dia, uma posição das Forças de Defesa e Segurança foi atacada na região de Litapata, distrito de Muidumbe, norte da província. O mediaFAX não conseguiu apurar os danos resultantes, mas soube que um grupo das Forças de Defesa do Ruanda (RDF, na sigla em inglês) teve de ir prestar apoio à posição.
Ao longo do fim-de-semana, o mediaFAX recebeu, igualmente, indicações sem detalhe, de uma emboscada contra uma patrulha das Forças de Defesa e Segurança na zona do Quinto Congresso, distrito de Macomia.
Os governos do Quénia e de Moçambique acordaram na sexta-feira, em Maputo, trocar informação e cooperar em matéria de defesa e no combate ao terrorismo, que afeta ambos os países. Assim foram criadas balizas concretas de como as coisas legalmente devem funcionar, afirmou o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, numa conferência de imprensa conjunta, na Presidência da República, com o homólogo do Quénia, William Ruto, que visitou Moçambique.
A informação é avançada pela Lusa, que refere que o Presidente moçambicano recordou que as forças de segurança do Quénia têm apoiado desde a primeira hora a formação de unidades militares moçambicanas que combatem há mais de cinco anos os terroristas no norte do país, associados aos grupo extremistas Al-Shabaab e ao Estado Islâmico.
Segundo a Lusa, Filipe Nyusi sublinhou que Moçambique tem a partilhar com o Quénia as informações sobre a forma de atuar do grupo terrorista que realizou ataques na província em Cabo Delgado, através deste novo mecanismo legal.
Após mais de um mês de intensificação da violência em Cabo Delgado, a última quinzena do mês de julho foi relativamente calma, situações de violência armada continuaram ao longo da costa dos distritos de Macomia e Muidumbe, nas regiões norte e centro.
O Cabo Ligado, constatou que o incidente mais significativo ocorreu em torno do Lago Nguri, no distrito de Muidumbe, a 30 de Julho, onde pelo menos sete (7) civis foram mortos. Fontes afirmam que a maioria, ou todas as vítimas eram mulheres. Não está claro se os insurgentes ou as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) foram os responsáveis. O lago situa-se a cerca de seis quilómetros a norte de Chai, onde os insurgentes têm uma base.
Entretanto, de acordo com o Cabo Ligado, os insurgentes apareceram duas vezes em Pangane, distrito de Macomia. Primeiro, a 29 de Julho, um grande grupo chegou e comprou diversos produtos. Cerca de uma hora depois, uma coluna de veículos militares sul-africanos passou pela aldeia em patrulha, afirmou uma fonte.
Segundo, o Integrity um ataque insurgente em Quiterajo, a 10 de Julho, no qual o Estado Islâmico (IS) alegou ter morto três soldados das FADM, resultou, de facto, em 25 mortes depois um soldado ter pisado em uma bomba. Embora pareça improvável que o EI não tenha reivindicado a responsabilidade por essas mortes, uma fonte afirmou ao Cabo Ligado que cerca de 28 soldados foram dados como desaparecidos em ação na sequência do incidente.
Mantenha-se atualizado sobre o conflito em Cabo Delgado, através das nossas páginas de Facebook, Telegram e qualquer aplicativo Podcast.
Ou visite o nosso website avoz.org
Pode também receber as notícias no WhatsApp, todas as Terças e Quintas-feiras, mandando uma mensagem para +258 843285766, na sua língua de preferência: Português, Emakwa, Shimakonde, Kimwani ou Kiswahili.