Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 25 de Maio de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.

Para já os destaques:

🔸 TotalEnergies divulga relatório sobre situação humanitária em Cabo Delgado

🔸 Insurgentes raptam 12 pessoas no distrito nortenho de Nangade

🔸 Nos primeiros quatro meses deste ano 109 pessoas foram mortas devido ao conflito em Cabo Delgado

A TotalEnergies publicou, na manhã desta terça-feira, o relatório do seu consultor, Jean-Christophe Rufin, sobre a situação humanitária em Cabo Delgado, e um plano de ação decidido pelos parceiros do Mozambique LNG.

Segundo a Zitamar News, o relatório diz que o conflito em Cabo Delgado tem origens anteriores aos projetos de gás, com raízes em múltiplos fatores.

Assinala em particular, uma melhoria da situação humanitária no norte de Cabo Delgado, com o regresso das populações deslocadas pelo conflito, à vila de Palma e, em menor escala, à vila de Mocímboa da Praia.

A Zitamar, que cita o comunicado divulgado pela TotalEnegies, avança que o consórcio Mozambique LNG vai criar um Fundo de 200 mil dólares para o desenvolvimento sócio-económico local, e vai tomar medidas para remediar falhas no reassentamento de pessoas forçadas a deslocar-se pelo projecto.

O relatório sublinha que a situação de segurança no norte de Cabo Delgado evoluiu positivamente em 2022, e recomenda a revisão do quadro de relações entre o Mozambique LNG e as Forças de Defesa de Moçambique, face a esta situação.

Apesar da situação de melhoria da segurança em Cabo Delgado, fontes noticiosas reportam que pelo menos 12 pessoas foram capturadas recentemente por insurgentes, na aldeia Nkonga, distrito de Nangade, no norte da província.

As 12 pessoas capturadas acabaram sendo libertadas pelos atacantes, depois de ouvirem recados de que a população deveria, regularmente, limpar a mesquita local e evitar colaborar com os porcos, referindo-se às Forças de Defesa e Segurança.

Segundo o Mediafax e a Zitamar News, grupos de terroristas parecem estar a reactivar as bases das quais tinham sido expulsos há meses, no âmbito das ofensivas das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, em conjunto com as forças do Ruanda e da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, em Moçambique.

Com as notícias do retorno da circulação algo intensa de terroristas na zona, a população que tentava reerguer as suas vidas, está agora a fazer o movimento contrário, retornando à vila de Nangade, de onde tinha saído devido às dificuldades alimentares que enfrentava.

De Janeiro a Abril deste ano, foram registados 53 actos de violência na província de Cabo Delgado, que resultaram em 109 mortes, refere o resumo semanal públicado pela ACLED, citado pela Zitamar News.

Estes números mostram que a violência diminuiu ao longo desse período, e que os eventos se concentraram geograficamente no distrito de Muidumbe, e territorialmente nos distritos vizinhos de Mocímboa da Praia, Macomia e Meluco.

Com efeito, em Abril, apenas três eventos de violência foram registados na província, todos eles em Muidumbe. As margens do rio Messalo, que atravessa este território, são há alguns anos o santuário  dos insurgentes.

As únicas excepções foram em Fevereiro, quando os insurgentes se envolveram em quatro confrontos no distrito de Montepuez, e quando um suposto insurgente foi morto no distrito de Ancuabe, no sul.

A Zitamar News refere que, além de um declínio nos últimos quatro meses, houve uma queda notável na atividade em comparação com o mesmo período do ano passado, que registou 122 eventos de violência política e 283 mortes.

Tentativas de ataque à aldeia Nova Zambézia, posto administrativo de Chai, em Macomia, foram reportados na noite do último sábado (dia 20), incluindo a região de Nkoe, que se situa a oito quilómetros. Os terroristas tiveram uma pronta resposta das Forças Locais, que operam naquele distrito.

Segundo a "Carta",  durante a noite do sábado foi ouvido um intenso tiroteio em Nkoe, mas não há detalhes sobre o que terá acontecido. No entanto, sabe-se que a zona foi recentemente alvo de patrulhamento por parte das Forças de Defesa e Segurança.

Os relatos do intenso tiroteio naquela aldeia do interior do distrito de Macomia, surgem uma semana depois das FDS terem descoberto um explosivo improvisado, tendo o mesmo sido desactivado, de acordo com aquele jornal.

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