Bem-vindo a Voz de Cabo Delgado, espaço que tem para se informar melhor sobre a província de Cabo Delgado. Para esta terça-feira, 07 de Junho de 2022, temos os seguintes destaques:

🔶 Insurgentes estendem ofensiva no distrito de Ancuabe e matam 7 pessoas.

🔶 Polícia em Cabo Delgado detêm pessoas por parecerem muçulmanas, denuncia relatório dos EUA

🔶 Governo vai “arrancar” 25 mil hectares em Palma e não 12 mil hectares

Na tarde de domingo, insurgentes atacaram a aldeia Nanduli, no distrito de Ancuabe, pela primeira vez. Os atacantes teriam incendiado muitas casas e matado pelo menos sete civis.

Segundo o Zitamar News, um relatório de um consultor de segurança afirma que os insurgentes foram vistos no leste de Ancuabe na sexta-feira, 3 de junho, e foram vistos novamente no dia seguinte, provocando pânico entre os moradores da zona.

Fontes locais relatam que os insurgentes mataram o guarda de uma quinta pertencente ao político veterano da FRELIMO Alberto Chipande. Vários palhotas também foram incendiados.

O ataque levou muitos a fugirem para a aldeia de Silva Macua em Ancuabe, Pemba, Chiure e Nampala. Uma fonte local disse a Zitamar que os autocarros aumentaram a sua tarifa de 150 meticais para 400 meticais para as pessoas que fogem do ataque de Nanduli.

A liberdade religiosa em Mocambique registou várias violações em 2021, caracterizadas por detenções arbitrárias de grupos religiosos que eram associados ao terrorismo, sobretudo em Cabo Delgado, revelam os Estados Unidos da América, segundo uma notícia avançada pelo jornal "O País" esta segunda-feira.

De acordo com a publicação, houve pessoas que, por parecerem muçulmanas (pelas roupas e barba), eram recolhidas às celas, aponta o relatório dos EUA publicado no dia 2 de Junho.

Na sequência dos acontecimentos, representantes do Conselho Islâmico em Cabo Delgado tiveram de dialogar com o Governo para que se evitasse a detenção de indivíduos muçulmanos não ligados à insurgência, anota "O País "

O documento fala também da transferência do Bispo de Pemba, Dom Luís Fernando Lisboa, para o Brasil, detalhando que “após a sua transferência, Lisboa afirmou que recebeu ameaças depois de criticar a resposta do Governo moçambicano aos ataques terroristas”.

A 17 de Maio último, o Porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suazi, anunciou que o Governo aprovou a atribuição de um DUAT provisório de 12 mil hectares de terras localizadas no distrito de Palma, na província de Cabo Delgado, a serem concedidos ao Centro de Promoção de Desenvolvimento Econômico de Cabo Delgado.

Entretanto, “Carta” diz ter apurado que na verdade o Governo irá conceder 25 mil hectares, ou seja, mais 13 mil hectares do que declarou publicamente.

Os dados constam de um documento que apresenta as pretensões e o projecto do daquele centro. O referido documento contém mapas das áreas pretendidas, os seus objectivos, missão, programas e as entidades empresariais que estão envolvidas nos investimentos em curso.

Fontes ligadas ao processo garantem que o projecto já vinha sendo arquitectado há quase 10 anos, mas teve sua implementação após a população abandonar as suas terras devido aos ataques terroristas.

Até ao momento, o Governo ainda não explicou que mecanismo usou para auscultar a população afectada pela área concedida àquela entidade, tal como recomenda a Lei de Terras.

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