Governo parece estar a pressionar para o regresso de deslocados

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6 Outubro, 2022

Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para o dia 6 de Outubro de 2022. Os destaques:

🔸 Cinco anos de insurgência em Cabo Delgado : ACNUR apela ao fim dos ataques.

🔸 Governo parece estar a pressionar para o regresso de deslocados.

🔸 Vinte reféns dos insurgentes rendem-se às autoridades em Mocímboa da Praia.


O ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, apela para o fim da violência em Cabo Delgado e pede à comunidade internacional que forneça apoio para reduzir o sofrimento da população deslocada e das comunidades locais de acolhimento, no norte de Moçambique.

Citado pelo "Integrity", o ACNUR considera que, passados cinco anos desde que a violência extrema eclodiu na província de Cabo Delgado, quase 1 milhão de pessoas já fugiu das suas casas.

A violência extrema e o deslocamento tiveram um impacto devastador sobre a população, afirma aquela agência das Nações Unidas.

O ACNUR sublinha que essas pessoas testemunharam os seus entes queridos sendo mortos, decapitados e estuprados, e as suas casas e outras infraestruturas a serem reduzidas a cinza.

Homens e rapazes também foram inscritos à força em grupos armados. Os meios de subsistência foram perdidos e a educação paralisada, enquanto que o acesso à alimentação e saúde foi dificultado. Muitas pessoas foram novamente traumatizadas depois de serem forçadas a mudarem-se várias vezes, para salvar as suas vidas.

Cinco anos depois, a situação humanitária em Cabo Delgado continuou a deteriorar-se e os números de deslocados aumentaram 20 por cento, ou seja, mais 946.508 no primeiro semestre deste ano, segundo apontou o ACNUR.


O Observatório Cabo Ligado recebeu relatos de pressão do governo para que os deslocados regressem às suas zonas de origem, o que alguns interpretam como parte de um esforço das autoridades para promover uma narrativa de normalização.

Fontes locais do Observatório do conflito no norte de Moçambique, também relatam que as famílias deslocadas enfrentam dificuldades para receber assistência humanitária nas comunidades para onde fugiram.

Segundo o Jornal Notícias, a Ministra do Género, Criança e Acção Social de Moçambique, Nyeleti Mondlane, disse que as organizações humanitárias que operam em Cabo Delgado, Nampula e Niassa devem ter uma abordagem coordenada para responder eficazmente às necessidades da população.

A ministra disse que o novo sistema de gestão e informação para a região norte, recentemente lançado em Pemba, vai apoiar organizações e instituições governamentais, fornecendo mais dados sobre as intervenções humanitárias na zona.

O observatório Cabo Ligado, refere que as áreas de Cabo Delgado afetadas por conflitos devem enfrentar uma situação de insegurança alimentar até Janeiro de 2023, devido às baixas reservas alimentares das famílias locais com fontes de renda limitadas.


Pelo menos 20 pessoas, que estavam reféns dos terroristas, desde o ano 2020, apresentaram-se no domingo às autoridades, na vila de Mocímboa da Praia, refere a "Carta".

Sem fornecer muitos detalhes, fontes da Carta disseram que as pessoas fugiram de uma base terrorista, localizada nas imediações do posto administrativo de Mbau, onde supostamente nos últimos dias os terroristas perderam o controle.

Na semana passada, um outro grupo de cerca de 30 pessoas já se tinha apresentado às autoridades.

A "Carta" lembra que o Comandante geral da PRM, Bernardino Rafael, anunciou na semana passada, em Bilibiza, que um outro grupo de 16 pessoas, se apresentou igualmente em Mocímboa da Praia, poucos dias depois da visita do chefe do estado Filipe Nyusi.


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