Em curso acções preparatórias de perseguição de terroristas nas aldeias de Macomia
Já há duas semanas, as forças governamentais têm estado a chegar às aldeias dos dois postos administrativos e a levar a cabo um controlo cerrado de produtos alimentares que têm como destino aquelas zonas, aparentemente como medida para cortar a fonte de abastecimento aos grupos atacantes. Aliás, depois de às viaturas de transporte de passageiros ser-lhes permitida o transporte de quantidades ínfimas de produtos alimentares para aquelas zonas, as restrições evoluíram para a total proibição de entrada de viaturas e, mais recentemente, a proibição estendeu-se para motorizadas e bicicletas. Ou seja, actualmente, nem bicicletas e motorizadas lhes são permitidas avançarem para as aldeias de Quiterajo e Mucojo.
Segundo foi dito ao mediaFAX por uma fonte local, as pessoas são aconselhadas a deixar parte das aldeias e concentrar-se em Pangane, uma aldeia do posto administrativo de Mucojo.
Por causa desta realidade, muitas pessoas estão a voltar a refugiar-se na sede distrital, de onde tinham, recentemente, saído de regresso às aldeias natais de Mucojo e Quiterajo.
A presença e circulação de terroristas na zona foi confirmada diversas vezes e por várias fontes locais, tendo em alguns casos relatado situações em que os grupos compravam alimentos, ofereciam dinheiro e exigiam que a população civil não colaborasse com as forças governamentais.
A ousadia dos grupos, que se acredita que tenham renovado bases nas margens de Messalo, chegou a ponto de serem estes a fiscalizar viaturas que faziam ligação entre a sede distrital e as aldeias de Quiterajo, Mucojo e Chai. Pelo menos em uma ocasião deram ordens de paragem a uma viatura, obrigaram os passageiros a desembarcar e questionaram se não havia militares no grupo.
O mediaFAX sabe que, além das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, a operação de limpeza deve contar com um forte contingente das Forças de Defesa do Ruanda que, segundo se sabe, tem mais de dois mil homens a combater terrorismo em Cabo Delgado.
Texto co-produzido com a Zitamar News no âmbito do projecto Cabo Ligado, em parceria com a ACLED. A presente matéria é da inteira responsabilidade do mediaFAX