Dias difíceis prevalecem nas aldeias de Cabo Delgado
Já com cinco anos a flagelar a região, as aldeias da província de Cabo Delgado continuam a atravessar momentos de grande insegurança, com recorrentes ataques terroristas, saques de mantimentos, destruição de habitações e do património da população local, além de raptos e assassinatos.
Com efeito, ao longo do fim-de-semana, mais três aldeias foram atacadas. Os atacantes entraram, cerca das 20 horas de sábado, nas aldeias Nguida e Litandacua, no distrito de Macomia, centro da província de Cabo Delgado. Também atacaram, já neste domingo, a aldeia Mandava, distrito de Muidumbe, norte da província.
Até ao fecho da presente edição, o mediaFAX não tinha com exactidão, o número de danos. Mas, para Nguida, cerca de 20 quilómetros da sede distri- tal, falava-se de 13 casas incendiadas e diversos bens roubados. Não havia relatos de mortes.
Pelo facto de Nguida dispor de uma posição das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), a população local continua a mostrar-se incrédula e desconfiada. É que não compreende [a população] como é que, pela segunda vez em tão pouco espaço de tempo, o grupo tenha conseguido atacar Nguida, fazer estragos, e sair sem qualquer reacção.
Fontes da região relatam que os elementos da força local de Nguida têm somente três armas de fogo para uma região tão grande, o que os coloca em situação de completa incapacidade para reagir a casos de ataques na zona.
Já em Litandacua, cerca de 45 quilómetros para vila, fala-se de casas queimadas e diversos bens alimentares saqueados, cujos números precisos não conseguimos apurar. Nesta aldeia também não houve relato de quaisquer vítimas mortais, talvez pela pronta reacção da força local.
Em relação a Mandava, distrito de Muidumbe, a indicação é que os atacantes pilharam vários bens neste domingo. Sem confirmação no terreno, uma fonte falou da morte de cinco pessoas e ainda o facto de os terroristas terem, aparentemente, incendiado mais de 30 casas. (Redacção)
Texto co-produzido com a Zitamar News, no âmbito do projecto Cabo Ligado, em parceria com a ACLED