Pelo menos dez pessoas terão sido decapitadas por grupos armados que actuam a soldo do radicalismo islâmico na província de Cabo Delgado. Números a que o mediaFAX teve acesso confirmam incursões violentas, entre esta terça e quarta-feira, todas em aldeias administrativamente pertencentes ao distrito de Ancuabe, sul da província.

Os dados apontam que nesta terça-feira, 30 de Agosto, entre as aldeias Mariangone e Muaguide, duas pessoas do sexo masculino foram decapitadas. No mesmo distrito, entre Ntele e Mponge mais dois homens foram mortos por decapitação.

Seguiu-se as regiões entre Mbonge e Naputha, onde se assistiu à decapitação de três pessoas, das quais uma mulher e dois homens. Depois destas incursões, o grupo conseguiu atravessar a estrada entre Silva Macua e Metoro e, já nas matas de Uhanhapula, mataram, pelo menos, duas pessoas do grupo decapitação de três pessoas, das quais uma mulher e dois homens.

Depois destas incursões, o grupo conseguiu atravessar a estrada entre Silva Macua e Metoro e, já nas matas de Uhanhapula, mataram, pelo menos, duas pessoas do grupo encontrado a fabricar bebida tradicional. Outras, segundo relato recebido, terão sido capturadas pelo bando.

Por outro lado, já nesta quarta-feira, nas margens do rio Megaruma, mais três pessoas foram decapitadas. Os decapitados faziam parte de um grupo mais alargado de pessoas que têm praticado agricultura na região, tendo em conta a fertilidade dos solos daquela região e a disponibilidade de água.

Suspeita-se que os atacantes estejam com interesse de alcançar a vila de Chiu- re, ou então, a tentar posicionar-se para emboscar viaturas das estradas.

O relato de Nacuale, ontem noticiado pelo mediaFAX, confirma que 70 casas e um camião que ia carregar milho naquela aldeia foram queimados. Os dois ocupantes da viatura conseguiram fugir assim notaram movimentos estranhos do grupo atacante.

Os últimos relatos de incursões terroristas vêm, uma vez mais, reforçar a ideia de os terroristas terem, nos últimos tempos, conseguido reagrupar-se para novas investidas que colocam a população e as Forças de Defesa e Segurança em situação de algum desnorte.

Sobre a prevalência de ataques terroristas, apesar da forte presença das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e das forças amigas da região e do Ruanda, o Presidente da República e Comandante Chefe das FDS, Filipe Nyusi, têm estado a reiterar a narrativa de “homens famintos” que andam a todo custo à caça de comida para sobreviver.

Em entrevista a um órgão de comunicação social nacional, um comandante da missão de formação militar da União Europeia também partilhou a mesma ideia, daí o facto de ter aconselhado a necessidade de se ter em conta que se está diante de uma situação que ainda levará algum tempo a ser, efetivamente, controlada.