Deslocados sem informação do fim do apoio das organizações humanitárias

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17 Agosto, 2023

Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 17 de Agosto de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.

Para já os destaques:

 🔸 Jovens de Macomia denúnciam falta de oportunidade de emprego

 🔸 Deslocados sem informação do fim do apoio das organizações humanitárias

  🔸 Director da TotalEnergies admite importância da inclusão da população local nas oportunidades 


Jovens residentes no distrito de Macomia, na província moçambicana de Cabo Delgado, dizem que não têm oportunidades para prosperarem na vida. Pedem emprego e atenção, para que o terrorismo não seja uma atração.

De acordo com a DW para África, foi durante uma sessão de diálogo entre o governo provincial de Cabo Delgado, organizações não governamentais e jovens, que alguns participantes abriram o coração e exprimiram o que sentem e que poderá estar na origem da imigração para as fileiras do terrorismo.

Os jovens disseram que todos os projetos e empresas têm o seu próprio pessoal, não abrindo oportunidades de emprego para os locais. Denunciaram ainda que os dirigentes que estão nos gabinetes, convidam familiares, que vivem noutras áreas, para as vagas de Macomia.

O diálogo com os jovens decorreu no sábado (12.08), por ocasião das celebrações do Dia Internacional da Juventude. O governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, que dirigiu o encontro, anotou as inquietações e defendeu que os jovens devem aceder às oportunidades, para contribuírem com o seu saber.


Os deslocados internos em Cabo Delgado não recebem ajuda humanitária há vários dias, nos diversos pontos de acolhimento onde se encontram.

Os deslocados recebiam ajuda oferecida por organizações humanitárias e filantrópicas, agências das Nações Unidas e organizações da sociedade civil.
Segundo o CDD, esta situação criou uma certa dependência nos deslocados e alguns até se recusavam a voltar às suas zonas de origem, mesmo com o restabelecimento das condições de segurança e início da reconstrução.

Passados cerca de cinco anos, o Programa Mundial da Alimentação (PMA), principal agência das Nações Unidas que distribuía ajuda alimentar, já não tem recursos para prover “senhas de comida”.

No entanto, afirma o CDD, nenhuma instituição, incluindo o governo, tem a coragem de comunicar formalmente aos deslocados, que o PMA não está em condições de continuar a prover ajuda alimentar.


As Forças de Defesa e Segurança (FDS) garantem que, nos últimos meses, há colaboração no seio da população, na denúncia de indivíduos estranhos na comunidade.

Uma fonte bem posicionada do Ministério da Defesa Nacional disse à Zumbo FM, na segunda-feira (14), que a população tem feito denúncias, mesmo  quando lhes são oferecidos mantimentos pelos terroristas.

A fonte disse ainda que a população de Cabo Delgado não tem poupado esforços, para a identificação de alguns pontos, onde se concentram os malfeitores.

O entrevistado da Zumbo FM, acrescentou que  algumas organizações de Cabo Delgado estão a distribuir panfletos, como forma de ajudar as Forças de Defesa e Segurança”, apelando ao regresso dos terroristas à vida civil.


O diretor-geral da TotalEnergies, Maxime Rabilloud, diz que os ganhos decorrentes da exploração do gás natural na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, devem beneficiar, em primeiro lugar, as comunidades locais, e considera injusto que os jovens nativos não sejam prioritários, na contratação da mão-de-obra para os projectos ali em curso.

Citado pela Voz da América,  Maxime Rabilloud, afirmou que é justo que os nativos, sobretudo os jovens, tenham prioridade, pelo menos, para viabilizar serviços que não requeiram muita especialização.  

Acrescentou que os benefícios decorrentes da exploração de recursos naturais, em primeira instância, devem ser sentidos pelas comunidades locais, e depois serem expandidos para o resto do país.

O director-geral da TotalEnergies referiu ser esta a nova visão da companhia., 
"Eu acho que é justo que tudo o que quisermos fazer, cada passo que tivermos que dar, deve ser em conjunto, é necessário que as pessoas de Cabo Delgado tenham trabalho", reconheceu.


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