Citadinos de Pemba pedem fim dos ataques terroristas
Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 12 de Outubro de 2024. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média.
Para já os destaques:
🔸 Presidente da República exonera vice chefe do Estado Maior general das FADM
🔸 Fábrica de processamento de castanha de cajú emprega 100 pessoas em Palma
🔸 Citadinos de Pemba pedem fim dos ataques terroristas.
O presidente da República Filipe Nyusi exonerou, no passado dia 4 de Outubro o vice-chefe das Forças Armadas, Bertolino Jeremias Capitine. A exoneração surge na sequência de um comentário no qual Capitine classificou a gestão do conflito em Cabo Delgado como "informal" e com "algum secretismo".
Jeremias Capitine afirmou numa palestra na Universidade Joaquim Chissano, que a gestão do conflito em Cabo Delgado é feita a base de "improviso".
Capitine foi nomeado vice-chefe do Estado-Maior General das FADM, em Janeiro de 2021, tendo sido promovido a tenente-general nesse ano para ocupar o cargo.
Segundo o chefe do Estado, que falava à um grupo de oficiais por ocasião dos 60 anos das FADM, há necessidade de cumprimento escrupuloso da Lei por parte dos membros das Forças de Defesa e Segurança, asbtendo-se de fazer declarações públicas sem autorização.
Uma nova fábrica de processamento da castanha de caju entrou em funcionamento no distrito de Palma, graças a melhoria das condições de segurança na província de Cabo Delgado.
Segundo a AIM, a fábrica resulta de um investimento de cerca de 30 milhões de meticais (cerca de 1,3 milhão de dólares) e tem potencial para empregar 100 pessoas, com capacidade para produzir 1.500 toneladas de castanha de caju por ano.
Inaugurada ainda esta semana pelo governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, a infraestrutura é a única do género em funcionamento em toda a região norte da província.
O investimento pertence a “The Sunshine Approach Foundation”, uma organização cuja finalidade é fazer diferença nas camadas pobres, através da implantação de projectos que impactam a vida das populações carenciadas.
Os residentes da cidade de Pemba clamam por medidas mais eficazes das autoridades na luta contra o terrorismo, destacando a necessidade de protecção das comunidades deslocadas que regressaram às suas zonas de origem. A exigência, segundo a Carta de Moçambique, é feita quando passam sete anos desde que iniciaram os ataques terroristas em Cabo Delgado.
"Queremos paz e segurança. Nossas famílias estão a sofrer e precisamos de acções concretas para garantir a segurança, para o desenvolvimento da província", afirmou Muza Sauegi, residente bairro de Paquitequete.
Os apelos dos residentes de Pemba com relação ao fim do terrorismo acontecem numa altura em que na noite de sábado (05) circularam relatos sobre a suposta presença de terroristas nos arredores da vila de Macomia. Outra circulação de terroristas foi relatada recentemente nas imediações do lago Inguri e Primeiro de Maio no distrito de Muidumbe, segundo a Carta.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), até Dezembro de 2023, havia 709.529 deslocados internos, principalmente na província de Cabo Delgado, com 76 por cento. O pico dos deslocados internos em Cabo Delgado foi entre 2020 e 2021.
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Hoje, vamos falar de um projeto que em breve fará uma diferença muito grande em Cabo Delgado - O subsídio do Fundo Sementes para Paz, que faz parte do Projeto de Paz e Estabilidade em Moçambique, também conhecido como PSMP.
Então, o que é exatamente esta iniciativa Fundo Sementes para Paz?
A iniciativa tem como objetivo fornecer apoio financeiro a organizações locais, grupos de jovens e indivíduos em Cabo Delgado que estejam comprometidos com a promoção da paz, do diálogo e da reconciliação.
Sabemos que a região tem enfrentado sérios desafios devido à violência, e este fundo foi criado para ajudar a reduzir o risco do agravamento da violência extremista, capacitando diretamente as comunidades locais.
Os subsídio faz parte de um projeto mais amplo, o Projeto Paz e Estabilidade, e estão divididas em três áreas principais.
A segunda parte trata de forma mais aprofundada o funcionamento de todo o sistema - quem é responsável, como são tomadas as decisões e como são geridos os fundos. É dada muita atenção à necessidade de garantir que os fundos chegam às pessoas certas e que os projectos são bem organizados, para que todos possam ter a certeza de que o dinheiro está a ser utilizado de forma eficaz.
E, finalmente, a terceira parte diz respeito a quem é que pode beneficiar dos fundos. Explica o processo de candidatura, as responsabilidades de quem recebe os subsídios e como garantir que os projectos estão de acordo com os objectivos do Projeto para a Paz e a Estabilidade.
É um sistema realmente aberto, em que todos, desde representantes da comunidade a grupos de jovens, podem participar, desde que preencham os requisitos. Neste momento, todos os subsídios existentes já foram atribuídas a pessoas que se envolveram no projeto Paz e Estabilidade, pelo que em breve começaremos a ver algumas mudanças a acontecer nas nossas comunidades.
Um aspeto a ter em conta: não se trata de um processo acabado. O projeto é flexível e continuará a ser atualizado com base no feedback e nas experiências da fase experimental.
Trata-se, portanto, de um projeto em evolução, concebido para se adaptar às necessidades das pessoas que serve.
Mas falemos do quadro geral. Estes subsídios estão a fazer mais do que apenas financiar projectos; estão a contribuir diretamente para a paz.
Por exemplo, se um grupo de jovens em Cabo Delgado tiver uma ideia para reduzir as tensões na sua comunidade, ou se uma organização local de mulheres quiser iniciar um projeto que promova o diálogo e resolva as queixas locais, os subsídios do Fundo Sementes para a Paz existem para ajudar a concretizá-lo.
O objetivo do fundo é dar poder às pessoas, garantindo que as soluções venham de dentro da comunidade, em vez de serem propostas de fora.
Também é importante salientar que o fundo funciona como um “ posto de atendimento único”. Isto significa que se alguém tiver uma ideia, o fundo presta apoio desde o início - desde ajudar a desenvolver o projeto, a escrever propostas, a candidatar-se à ao subsídio. Não se trata apenas de dar dinheiro; trata-se de fornecer orientação para garantir que os projectos são sustentáveis e têm impacto.
O objetivo final é criar resiliência nas nossas comunidades, de modo a podermos enfrentar com firmeza os conflitos e, a longo prazo, promover a paz e a estabilidade.
Ao capacitar as populações locais, promover a inclusão e apoiar iniciativas pequenas mas poderosas, Fundo Sementes para Paz estão a criar um futuro pacífico em Cabo Delgado.
Em programas futuros, iremos entrevistar algumas das pessoas que receberam esses subsídios e veremos como os seus projectos estão a apoiar a paz nas nossas comunidades.
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