Analistas apelam que o governo ataque a verdadeira causa do terrorismo
Saudações! Seja bem-vindo à edição de "A Voz de Cabo Delgado" para 31 de Agosto de 2023. "A Voz de Cabo Delgado" é um espaço noticioso produzido pela Plural Média, em parceria com o projecto Cabo Ligado.
Para já os destaques:
🔸 Aprovado regulamento da Lei de Prevenção e Combate ao Terrorismo
🔸 Comandante da PRM anuncia morte de 30 líderes terroristas desde o início da insurgência
🔸 Analistas apelam que o governo ataque a verdadeira causa do terrorismo
O Conselho de Ministros de Moçambique aprovou a 29 de Agosto os regulamentos da Lei de Prevenção, Repressão e Combate contra o Terrorismo, um instrumento aprovado em Março deste ano, para atualizar o quadro legislativo face aos movimentos extremistas no Norte do país.
Segundo o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, citado pela Lusa, o regulamento visa conformar a legislação em vigor sobre o combate ao terrorismo, à realidade atual e estabelecer as medidas e os procedimentos a observar, no contexto da prevenção, repressão e combate ao terrorismo.
A nova lei, aprovada em Março, revogou a Lei 5/2018, que era por muitos considerada desatualizada, face à eclosão da insurgência armada em Cabo Delgado, no Norte de Moçambique.
O comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, anunciou na província de Gaza, sul de Moçambique, que desde o início do extremismo violento, pelo menos 30 líderes terroristas foram postos fora de combate.
Citado pela comunicação social nacional e estrangeira, Bernardino Rafael disse que dos 30 abatidos, 10 são tanzanianos e 15 moçambicanos, assegurando que as operações continuam, com vista a enfraquecer o inimigo.
Segundo Rafael a operação Golpe Duro 2 prossegue até eliminar aqueles que são os seus promotores.
Analistas alertam que a morte de líderes terroristas em Cabo Delgado pode levar a uma escalada de violência. Defendem que o governo deve "atacar" a "verdadeira causa" do conflito, que tem a ver com questões sociais.
O investigador Emídio Beula, do Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), diz que estas mortes "são eventos que, de certa forma, vão ajudar na moral das próprias forças de segurança", e também trazer "alguma tranquilidade" à população.
Contudo, Beula sublinha que estas mortes "não podem ser consideradas uma vitória sobre terrorismo".
Por seu lado, o investigador João Feijó, do Observatório do Meio Rural (OMR), prefere cautela e lembra que "não foi a primeira vez que este indivíduo foi dado como morto”.
Afirma que o governo está apenas a mostrar um troféu. João Feijó, alerta que a morte do principal líder poderá trazer à tona, um cenário ainda mais violento na região.
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