Bem-vindo a Voz de Cabo Delgado, espaço que tem para se informar melhor sobre a província de Cabo Delgado. Para esta quinta-feira, 10 de Março de 2022, temos os seguintes destaques:

🔸Ataques armados resultam em 15 mortes em Nangade.

🔸Agentes da UIR baleam um comerciante em Macomia.

🔸 OIM ajuda na formação de Conselhos Comunitários de Segurança em Cabo Delgado.

🔸 Empresa com ligação a Paul Kagame pode ser contratada para operar em Cabo Delgado.

15 pessoas morreram entre sexta-feira e domingo durante ataques armados a três aldeias do distrito de Nangade, província de Cabo Delgado.

De acordo com a Agência Lusa, os grupos armados invadiram as aldeias de Mbuidi, Malamba e Nangomba, esta última a apenas um quilómetro da sede distrital de Nangade.

Entretanto, o projecto Cabo Ligado, que monitora o conflito armado no norte de Moçambique, não confirma a ocorrência do ataque da aldeia Nangomba.

Segundo ACLED, tratou-se de rumores e acrescenta ter confirmado a ocorrência de ataques em Chibau a norte de Nangade-sede, Malamba a este e também em Litingina, isso nos dias 3, 4 e 6 de março.

Três agentes da Unidade de Intervenção Rápida são acusados de terem baleado na noite da passada quinta-feira um cidadão que se dedicava ao comércio na vila-sede do distrito de Macomia, província de Cabo Delgado.

As fontes da Carta de Moçambique contam que os agentes da polícia foram vistos a seguir a vítima, depois de esta ter encerrado a sua barraca por volta das 19:00 horas.

Pouco tempo depois, narram as fontes, a vítima, do sexo masculino, foi ouvida a gritar, pedindo socorro. Quando os cidadãos que se encontravam na via aproximaram-se do local, dois agentes colocaram-se em fuga, tendo ficado um que se encontrava “preso” entre os braços da vítima.

De acordo com as fontes, de modo a “imobilizar” a vítima, o referido agente terá disparado um tiro contra o indivíduo, antes de também colocar-se em fuga. As fontes asseguram que o agente da UIR deixou cair dois telemóveis e algumas munições.

Chocada com a situação, a população deslocou-se ao Comando Distrital da PRM de Macomia na manhã de sexta-feira para pedir explicações, mas sem sucesso. A vítima encontra-se no Hospital Provincial de Pemba a receber cuidados médicos.

A Agência das Nações Unidas para as Migrações em Moçambique pretende criar nos próximos dias 100 Conselhos Comunitários de Segurança nos distritos de Cabo Delgado para reforçar o envolvimento da comunidade nas acções de segurança.

De acordo com o Jornal o País, até ao momento foram criados 70 e brevemente outros 30 Conselhos Comunitários de Segurança serão criados.

Nesta sequência, de 1 a 4 de Março, 23 funcionários da PRM dos distritos de Metuge, Pemba, Mecufi, Ancuabe, Chiúre, Namuno e Balama, beneficiaram de formação sobre o programa.

A Organização Internacional de Migração prestará igualmente apoio técnico para o destacamento de brigadas móveis durante 150 missões de campo nas comunidades remotas de Cabo Delgado.

Uma empresa vista como próxima do Presidente do Ruanda, Paul Kagame, poderá trabalhar em parceria com a Total em Cabo Delgado, beneficiando-se assim do negócio de exploração de gás naquela província.

De acordo com a publicação Africa Intelligence, a construtora ruandesa NPD juntou-se, à última da hora, à lista de empresas que concorrem para a realização de trabalhos preparatórios no projecto de gás da Total.

Reagindo ao anúncio, o director do Centro de Democracia e Desenvolvimento, Adriano Nuvunga, disse à DW que quando os ruandeses entraram em Cabo Delgado disseram que vinham apenas para ajudar, mas que agora já estão a começar a beneficiar do negócio do gás.

O académico João Feijó concorda dizendo que esta notícia pode significar que a motivação ruandesa para intervir em Cabo Delgado não está relacionada apenas com a solidariedade para com Moçambique, mas sim uma decisão enquadrada numa estratégia económica de entrada no negócio do gás e de aproveitamento de empreitadas que vão surgir depois da implementação da Total.

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