Somente no período de Janeiro a Agosto de 2021

(Maputo) Com o cenário de segurança a dar sinais de restabelecimento nas regiões centro e norte de Cabo Delgado, apesar de prevalecerem focos de ataques armados, as autoridades administrativas daquelas regiões procuram contabilizar os estragados provocados pelo terrorismo.

No distrito de Nangade, por exemplo, só em acções protagonizadas de Janeiro a Agosto deste ano, conseguiu-se contabilizar 380 bicicletas e 122 motorizadas incendiadas por grupos terroristas, além de tantas outras roubadas pelos mesmos grupos atacantes.

No mesmo período, os grupos conseguiram destruir, totalmente, 5.384 casas, maioritariamente com recurso a fogo. Maior parte das casas completamente destruídas é de construção precária, ou seja, são residências construídas com recurso a material local.

Do ponto de vista de danos humanos, o relatório apresentado, nos últimos dias, pelo governo distrital, aponta para a morte de 96 pessoas, essencialmente civis e pouco mais de uma dezena oficialmente contabilizadas como desaparecidas.

São dados oficiais que, podem até não reflectir a real dimensão dos danos causados pelo terrorismo, ao longo deste ano, visto que se trata somente de dados que as autoridades governamentais conseguiram obter confirmação e fazer os devidos registos.

Mesmo do ponto de vista global, segundo se sabe, do ponto de vista oficial continua-se a falar de pouco mais de duas mil mortes desde Outubro de 2017, mas dados da ACLED apontam para a ocorrência de 3.493 fatalidades, das quais 1.559 civis.

Ainda em Nangade, de acordo com o relatório das autoridades administrativas daquele distrito, 160 barracas de venda de diversos produtos foram destruídas e outras tantas simplesmente saqueadas de Janeiro a Agosto. Há ainda o registo de 74 máquinas pulverizadoras destruídas, nove moageiras e, pelo menos 15 infra-estruturas públicas também vandalizadas e destruídas, particularmente centros de saúde, escolas e outros pequenos edifícios de serviços públicos. Também há o registo de 10 viaturas incendiadas.

É uma realidade que teve lugar em 33 aldeias distribuídas pelo território do distrito de Nangade, localizado a norte da província de Cabo Delgado. (Redacção)